ANS faz consulta pública para incluir tratamento de pacientes com mieloma múltiplo
A Agência Nacional de Saúde (ANS) realizará consulta pública para inserir no rol de procedimentos pelos planos de saúde, o tratamento e diagnóstico precoce de pacientes com Mieloma Múltiplo (câncer do sangue com crescimento descontrolado de células plasmáticas que atacam e destroem os ossos).
Nesta consulta está inserida a questão dos cuidados paliativos para a dor, como a possibilidade de oferecer medicamentos para tratamentos em casa, visando minimizar o desconforto dos pacientes. As consultas públicas serão realizadas até o dia 19 de julho pelo endereço: http://www.ans.gov.br/participacao-da-sociedade/consultas-publicas/consulta-publica-n-59
O mieloma múltiplo é a segunda doença mais frequente entre os cânceres do sangue – estando inclusive à frente da leucemia. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população em tratamento oncológico tem episódios de dor.
“É uma discussão extremamente válida e de grande importância, mas a sua abrangência é restrita ao atendimento de dores neuropáticas ou dores relacionadas ao sistema nervoso. Portanto, estão excluídos, por exemplo, o direito ao tratamento paliativo para pessoas que sentem dor relacionadas às metástases ósseas, dores do próprio câncer ou relacionadas ao tratamento com quimioterapia”, alerta Christine Battistini, fundadora da IMF, International Myeloma Foundation Latin America.
Como esta é uma doença que não tem cura, a IMF tem como missão lutar pelos direitos dos pacientes e educar sobre a doença, diagnóstico precoce, procedimentos e tratamentos, sendo o último uma etapa fundamental para possibilitar o bem-estar dos pacientes. Para Christine “todo cidadão pode e deve participar das Consultas Públicas. É a mobilização social que pode através de uma pressão evidenciada mudar o cenário da saúde no Brasil”.
Christine alerta que a área de oncologia foi a que mais reuniu pedidos de inclusão de novos medicamentos ao Ministério da Saúde desde 2011, quando a pasta criou a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). É justamente nessa especialidade em que o Governo Federal é acusado por médicos e pacientes de não oferecer remédios mais modernos; estamos realmente desfalcados em relação ao tratamentos ofertados. “Qualidade de Vida e mais tempo de vida é uma realidade mundial para o paciente oncológico”, ressalta.
No Brasil e na América Latina, a IMF foi fundada por Christine e pela médica hematologista, Vânia Moraes Hungria, Professora Adjunta da Disciplina de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
A IMF Latin America oferece um telefone gratuito de atendimento aos pacientes com mieloma múltiplo: 0800 777 0355.