Voluntariado: felicidade e propósito
“Até onde posso vou deixando o melhor de mim…. Se alguém não viu foi porque não sentiu com o coração”. Clarice Lispector
Em 1992, durante o encontro ECO 92, na cidade do Rio de Janeiro, houve um encantamento quando um país pequenino da Ásia apresentou o FIB – Felicidade Interna Bruta, uma ferramenta para avaliar os aspectos sociais, ambientais e econômicos das comunidades e medir o quanto as pessoas são ou não felizes naquele lugar. A ideia surgiu em 1972, no Butão, quando o seu rei Jigme Singye Wangchuck quis estabelecer um novo modelo de governo e criou o índice para medir a prosperidade no Butão, observando aspectos diferentes dos usados para calcular o Produto Interno Bruto (PIB), que atentam para o consumo e a prosperidade. O FIB passou a ser objeto de estudos científicos e acadêmicos e ainda hoje a Organização das Nações Unidas utiliza em pesquisas. E o Butão passou a ser um destino exótico e de muitos aventureiros. Para medir esse índice, são observados 9 aspectos: o bem estar psicológico, a cultura, o meio ambiente, a saúde, a educação, a governança e a cidadania, e ainda, padrão de vida, uso do tempo e a vitalidade comunitária e o voluntariado. Sim, fazer o bem para a comunidade provoca no indivíduo uma enorme sensação de bem estar, e aparece como um dos indicadores ou pilares do FIB.
O voluntariado é um fenômeno social que tem se consolidado em nossa sociedade, e está diretamente ligado a felicidade! Quanto mais se doa, mais feliz se sente! O voluntário doa seu bem mais valioso que é o tempo, então a alegria é ainda maior. Segundo Rogério Goes, um dos viajantes ao Butão, o tempo também é um dos pilares importantes para o FIB, afinal de contas “todos nós temos uma coisa em comum: 24 horas por dia! Dependendo de como usamos essas 24 horas, ou mesmo pequenas frações dela, vamos transformar as nossas vidas e as vidas das pessoas ao nosso redor”. Por isso é tão importante uma ação voluntária bem planejada e organizada, com comprometimento e responsabilidade, realizada com dedicação, em um projeto, causa ou organização cujos valores e propósitos sejam coincidentes com os seus, para despertar orgulho e pertencimento.
E se não bastasse o FIB, para nos inspirar ao voluntariado, os estudos da psicologia, iniciados por Abraham Maslow, Carl Rogers e Eric Fromm renovando o interesse pelos aspectos mais positivos da natureza humana, eles se concretizaram com Martin Seligman, que estuda a psicologia positiva, e o quanto a compreensão das emoções positivas trazem o contentamento com o passado, a felicidade no presente e a esperança no futuro. A bondade, a caridade, ajudam a elevar os níveis de felicidade e positividade. Esses fatores, além da gratidão, conexão social, significado e propósito e ainda da realização são essenciais para viver melhor.
Se, por um lado, pessoas mais felizes doam mais, o ato de doar, de ser generoso e praticar o voluntariado é excelente promotor da felicidade! Participe, faça parte: Dia 1 de dezembro é Dia de Doar e 5 de dezembro, o Dia Internacional do Voluntário.
Em um momento tão desafiador como o que estamos vivendo, ser solidário, voluntário é uma maneira de trazer bem estar para a sua vida e para os que estão ao redor, promover para si e para os outros, em meio ao caos, uma vida mais positiva e feliz.
*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.
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