Mais de 4 milhões podem sofrer com a mutilação genital feminina em 2021
De acordo com a ONU, 200 milhões de meninas e mulheres no mundo foram vítimas da prática. Violação pode ser agravada pela pandemia e o aumento da pobreza
Por: Mariana Lima
De acordo com a ONU, em muitas comunidades existe uma crença de que a mutilação genital feminina possa aumentar a probabilidade da vítima se casar, geralmente, ainda em idade precoce.
O Fundo da ONU para a População (UNFPA) estima que mais de 200 milhões de mulheres e meninas, em 31 países, teriam sobrevivido à prática. Dados recolhidos em estudos informais, relatos da mídia e análises apontam que a violação pode estar presente em mais de 90 países.
Com base na agência, somente em 2021 4,16 milhões de meninas e mulheres correm o risco de enfrentar a mutilação genital em todo o mundo.
Devido às restrições com a pandemia do novo coronavírus, as vítimas da prática podem ser 2 milhões a mais do que os casos que teriam sidos evitados até 2030.
O procedimento se caracteriza pela remoção total ou parcial da genitália externa feminina ou por outros tipos de danos a esses órgão. Não existem razões médicas para realizar a prática, que ocorre com frequência entre a infância e os 15 anos de idade.
Além da falta de benefícios para a saúde, os efeitos imediatos e a longo prazo da prática envolvem infecções e cicatrizes fora do normal, dor debilitante ou morte.
De acordo com a ONU Mulheres e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o problema pode piorar com a previsão de que 96 milhões de pessoas podem cair da pobreza extrema em 2021.
Neste cenário, o medo é de que a mutilação genital feminina e o casamento infantil sejam usados como mecanismos para aliviar as incertezas.
Fonte: ONU News Brasil