ONG brasileira passa por processo de doador misterioso e recebe US$ 8 milhões
Após processo de auditoria chamado de “pesquisa silenciosa”, a ONG Plan International Brasil recebeu uma doação de US$ 8 milhões da filantropa americana MacKenzie Scott, cofundadora da Amazon e signatária do Giving Pledge.
A Plan International Brasil, organização humanitária, não governamental e sem fins lucrativos que promove os direitos das crianças e a igualdade para as meninas, recebeu uma doação de US$ 8 milhões. Após o processo anônimo de auditoria, a ONG descobriu que a doação seria da filantropa americana MacKenzie Scott, cofundadora da Amazon e signatária do Giving Pledge, que assumiu um compromisso público de doar 50% de seu patrimônio em vida a diversas organizações.
Para receber a doação, a Plan International Brasil passou por um processo de auditoria chamado de “pesquisa silenciosa”. Durante alguns meses no segundo semestre de 2023, a Plan participou de algumas reuniões e enviou documentos e materiais a uma consultoria, sem saber qual organização filantrópica estava avaliando a ONG. Esta é uma das formas que MacKenzie Scott adota para escolher as organizações que recebem suas doações.
A Plan International começou seu trabalho no mundo há 86 anos e hoje atua em mais de 80 países. No Brasil há 26 anos, tem programas e projetos no Maranhão, no Piauí, na Bahia e em São Paulo.
De acordo com o site da Yield Giving, organização criada por MacKenzie Scott que já doou US$ 17,3 bilhões a ONGs, parte do processo consiste em “uma análise cuidadosa de critérios específicos relacionados ao seu tamanho, geografia e missão, buscando indicadores de alto potencial para impacto positivo sustentado, incluindo finanças estáveis, históricos de vários anos, medição, evidências de resultados e liderança experiente representativa da comunidade atendida”.
“Foi uma alegria imensa receber a doação de MacKenzie Scott para a Plan International Brasil. É um orgulho para nós e temos consciência da enorme responsabilidade que uma doação nesse volume nos traz. Neste momento, estamos planejando as ações que serão realizadas nos próximos anos com o recurso financeiro recebido”, afirma Cynthia Betti, diretora executiva da Plan International Brasil. “Passamos por um processo rigoroso e muito respeitoso, o que aumenta nossa admiração pela forma como MacKenzie e sua equipe têm conduzido as doações para milhares de organizações no mundo todo. Sem dúvida, um aporte de recursos sem a imposição de amarras para sua destinação nos projetos é uma oportunidade para o desenvolvimento institucional e está alinhada à Diretriz 4, de fortalecimento da sociedade civil, do Movimento por uma Cultura de Doação, do qual a Plan International faz parte. É um voto de confiança no trabalho que estamos realizando e no potencial de mudar milhares de vidas de crianças, adolescentes e jovens no longo prazo.”
O Movimento por uma Cultura de Doação (MCD) nasceu em 2013 para inspirar e mobilizar pessoas e organizações no propósito de enraizar a doação como parte de nossa cultura. De acordo com a Diretriz 4 do Movimento, as organizações da sociedade civil brasileiras (OSCs) precisam ser impulsionadas em seus processos de desenvolvimento institucional, o que requer profissionais capacitados e bem remunerados para implementar programas de mudança sistêmica e comunicar suas causas e resultados de forma engajadora e clara. Com OSCs fortalecidas em gestão, governança e transparência, retratadas positivamente pela mídia e respeitadas por doadores, cria-se um ciclo virtuoso com mais confiança da população, aumento de recursos para as organizações e maior capacidade de transformação social.
“A Plan International Brasil se dedicou ao longo dos últimos anos a melhorar sua eficiência operacional e financeira em todas as principais métricas, com a redução de custos operacionais e o crescimento anual na proporção de recursos captados destinados às crianças por meio de programas e projetos. Também multiplicamos por três o retorno sobre o investimento feito em captação de recursos ao revisar toda a estratégia de comunicação e criar pontos de contato com novas doadoras e doadores. Por isso, a doação que recebemos de MacKenzie Scott neste momento é uma chancela muito relevante para todo o trabalho que estamos fazendo. O desafio da Plan em continuar arrecadando no Brasil permanece, para seguir impactando a vida de mais meninas a cada ano”, afirma Felipe Brescancini, presidente do Conselho Curador da Plan International Brasil.
Sobre a Plan International
A Plan International está no Brasil há 26 anos e se dedica a garantir os direitos e promover o protagonismo das crianças, adolescentes e jovens, especialmente meninas, por meio de seus projetos, programas e ações de incidência e de mobilização social. Tem também viabilizado condições de subsistência em comunidades que sequer tinham acesso a recursos essenciais, como a água. Implementamos projetos no Maranhão, no Piauí, na Bahia e em São Paulo. Com estratégias em rede, atuando com outras organizações do terceiro setor e movimentos sociais, têm pautado as demandas das meninas em novos espaços do Legislativo, Executivo e na sociedade civil, alcançando todo o território nacional. Considerada uma das organizações mais confiáveis do país, a Plan International Brasil está entre as 100 Melhores ONGs e tem a certificação A+ no Selo Doar Gestão e Transparência. Em 2023, foi escolhida como a Melhor ONG de Defesa de Direitos e a Melhor ONG do Maranhão no Prêmio Melhores ONGs. A Plan acredita que um mundo melhor para as meninas é um mundo melhor para todas as pessoas. E, para construir uma sociedade mais justa e igualitária, conta com o apoio de embaixadoras como Ana Paula Padrão, Joyce Ribeiro, Astrid Fontenelle e Ana Fontes. Mais informações: www.plan.org.br