Bolsonaro gasta R$ 2,3 milhões de dinheiro público com viagens para praias
Entre 19 de dezembro e 4 de janeiro, Bolsonaro viajou para São Francisco do Sul, no litoral catarinense, e Guarujá, no litoral paulista. Dinheiro para viagens saiu dos cofres públicos
O presidente Jair Bolsonaro viajou para São Francisco do Sul, no litoral catarinense, entre 19 e 23 de dezembro, e ao Guarujá, no litoral paulista, entre 28 de dezembro e 4 de janeiro, incluindo o Réveillon.
Além de viajar e causar aglomerações em plena pandemia, o presidente foi criticado pelo alto valor gasto com essas viagens. Foram R$ 2,3 milhões tirados dos cofres públicos, ignorando a crise sanitária e financeira causada pela pandemia de Covid-19.
O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário, afirmou nesta terça- feira (20/04) que o presidente Jair Bolsonaro gastou 2,3 milhões “fora do local costumeiro” e não estava de férias entre 18 de dezembro e 5 de janeiro, quando viajou para São Paulo e Santa Catarina.
O ministro prestou esclarecimentos sobre a viagem de fim de ano na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
Rosário justificou que Bolsonaro não passou o comando do país ao vice-presidente Hamilton Mourão e trabalhou normalmente durante o período que deixou o Planalto.
O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) questionou a justificativa de férias, afirmando que o presidente “não anda com uma medida provisória a tiracolo”.
“Viagem ao Guarujá durante o Ano Novo não é pra despachar, me desculpe senhor ministro, mas é férias”, disse Kataguiri, lembrando que a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o sigilo dos gastos do cartão corporativo.
O Ministro explicou que no cartão corporativo 70% dos gastos foram com hospedagem, porque com a pandemia de Covid-19 os seguranças ficaram em quartos separados, o que dobrou os gastos.
“Por que tem que dormir no quarto separado se eles estão sem a máscara no dia a dia de convívio?”, questionou o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).
Os cartões corporativos são usados para despesas, prestação de serviços e abastecimento de veículos oficiais, por exemplo. Há sigilo sobre despesas consideradas de segurança nacional, como a alimentação e o transporte do presidente.
O ministro-chefe da CGU negou irregularidades, afirmando que as viagens do presidente são fiscalizadas e, em caso de alguma divergência, existe um órgão de controle interno responsável pela Presidência da República que irá tomar as medidas cabíveis, assim como o Tribunal de Contas da União (TCU).
Fonte: O Globo
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