Lista: 8 mulheres inspiradoras que entraram para a História
Por: Isabela Alves
Todos os anos, no mês de março, o Observatório do Terceiro Setor dedica boa parte de sua produção de conteúdo a assuntos ligados às mulheres. E, como o Dia Internacional da Mulher é comemorado sempre em 8 de março, decidimos fazer uma uma lista com 8 personalidades femininas, de diferentes épocas e partes do mundo, que lutaram – ou ainda lutam – de alguma forma por um mundo melhor.
1 – Dandara
(sem dados – 6 de fevereiro de 1694)
Dandara se tornou um símbolo por conta da sua resistência ao sistema escravocrata no Brasil. Era esposa de Zumbi dos Palmares, o último líder do Quilombo dos Palmares, e lutava ativamente nas batalhas geradas por ataques ao quilombo. Além de participar dos embates físicos, ajudava na elaboração de estratégias para a resistência do quilombo.
Em 1678, Ganga-Zumba, primeiro grande chefe do Quilombo dos Palmares e tio de Zumbi, assinou um tratado de paz com o governo que previa que as autoridades libertassem palmarinos que haviam sido feito prisioneiros em um dos confrontos. Porém, Dandara e Zumbi foram contra o acordo, que não previa o fim da escravidão, só a liberdade para poucos. Dandara se suicidou em 6 de fevereiro de 1694, pois preferiu a morte a voltar a ser escrava.
2 – Marie Curie
(7 de novembro de 1867 — 4 de julho de 1934)
Maria Salomea Sklodowska foi uma cientista polonesa. Ela foi a primeira mulher a ser laureada com o Prêmio Nobel e a primeira pessoa e única mulher a ganhar o prêmio duas vezes. Na infância, seus pais lutaram para que as quatro filhas tivessem as mesmas oportunidades acadêmicas que seu único filho homem. Quando adulta, mudou-se para a França e se tornou uma das pioneiras sobre estudos relacionados à radioatividade.
Em 1898, Marie e seu marido Pierre Curie descobriram dois novos elementos radioativos, o rádio (900 vezes mais radioativo que o urânio) e o polônio (400 vezes mais radioativo que o urânio). As suas descobertas colaboraram para o desenvolvimento dos aparelhos de raio X.
3 – Nise da Silveira
(15 de fevereiro de 1905 — 30 de outubro de 1999)
Nise da Silveira foi uma médica psiquiatra brasileira que lutou contra as formas agressivas de tratamento psiquiátrico comuns na sua época, como eletrochoques, lobotomia, insulinoterapia e confinamento em hospitais psiquiátricos.
Em 1931, ela se formou na Faculdade de Medicina da Bahia. Nise foi a única mulher entre os 157 homens daquela turma e se tornou uma das primeiras mulheres a se formarem em Medicina no Brasil.
Em 1944, Nise criou a Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação (STOR) do Centro Psiquiátrico Pedro II, para que seus pacientes pudessem expressar seus sentimentos e percepções por meio da arte.
4 – Frida Kahlo
(6 de julho de 1907 — 13 de julho de 1954)
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón foi uma pintora mexicana. Frida é um grande símbolo feminista, porque rompeu padrões da sua época e superou grandes barreiras na sua vida. Aos 18 anos, sofreu um acidente que resultou no rompimento da sua coluna em três lugares, além de vários ossos fraturados e hemorragia. Frida ficou meses entre a vida e a morte, e precisou passar por diversas cirurgias para reconstruir seu corpo.
Foi na fase em que Frida ficou de cama em casa que ela começou a pintar. Os temas dos seus quadros, embora surrealistas, contam muito da sua realidade e representam o sofrimento que passou. Com isso, Frida conquistou seu espaço no mundo da arte e se destacou em um meio onde o trabalho dos homens era mais valorizado.
5 – Simone de Beauvoir
(9 de janeiro de 1908 — 14 de abril de 1986)
Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, mais conhecida como Simone de Beauvoir, foi uma escritora, filósofa existencialista, ativista política e teórica social francesa. Simone foi considerada uma das maiores teóricas do feminismo moderno. Dentre as diversas obras que escreveu, um de seus maiores clássicos é o livro ‘O segundo sexo’, publicado em 1949, que trata da condição da mulher nas dimensões sexual, psicológica, social e política.
6 – Irena Sendler
(15 de fevereiro de 1910 – 12 de maio de 2008)
Irena Sendler foi uma ativista dos direitos humanos durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1939, época em que a Alemanha Nazista invadiu Varsóvia, ela trabalhava como assistente social no Departamento de Bem Estar Social de Varsóvia. O local proporcionava comida para órfãos, idosos e pobres, e também entregava medicamentos e dinheiro.
Em 1942, os nazistas criaram um gueto em Varsóvia, e Irena se juntou ao Conselho para a Ajuda aos Judeus para auxiliar as pessoas que viviam em más condições.
Ao longo de um ano e meio, conseguiu resgatar mais de 2.500 crianças por diversas vias. Começou as recolhendo em ambulâncias como vítimas de tifo, mas logo se valia de todo tipo de subterfúgios que servissem para os esconder: sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas, caixões.
Quando os nazistas descobriram suas ações, levaram-na para a prisão de Pawiak, onde foi brutalmente torturada. Quando a guerra acabou, Irena entregou as informações sobre os órfãos ao doutor Adolfo Berman, o primeiro presidente do comitê de salvação dos judeus sobreviventes. Infelizmente, a maior parte das famílias das crianças tinha sido morta nos campos de extermínio, mas, aos poucos, as crianças foram encaminhadas para orfanatos na Palestina.
7 – Zilda Arns
(25 de agosto de 1934 — 12 de janeiro de 2010)
Zilda Arns Neumann (1934 – 2010) foi uma médica pediatra e sanitarista brasileira. Em 1983, ela fundou a Pastoral da Criança, um programa de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A iniciativa começou na pequena cidade de Florestópolis, no Paraná, e tinha como objetivo ajudar famílias pobres e evitar a mortalidade infantil com a disseminação do uso do soro caseiro. Após 25 anos, o programa alcançou 72% do território brasileiro, além de se expandir em 20 países na América Latina, Ásia e África. Em 2006, Arns foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz.
8 – Malala
(12 de julho de 1997 – )
Malala Yousafzai é uma ativista paquistanesa e é a pessoa mais jovem da história que recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Aos 15 anos, a jovem, que defendia publicamente o direito à educação para as meninas, foi baleada na cabeça por membros do Talibã, movimento fundamentalista islâmico. Após sobreviver ao ataque, Malala se mudou para o Reino Unido, onde vive com a sua família desde então, e continua lutando pelos direitos de todos à educação.
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16/12/2019 @ 20:59
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04/02/2021 @ 11:10
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