“Lista suja” do trabalho escravo traz nomes de 165 empregadores
Segundo Ministério do Trabalho, empresas mantinham 2.264 trabalhadores em situação análoga à escravidão
Por Caio Lencioni
O Ministério do Trabalho cadastrou agora em abril mais 37 nomes na “lista suja” do trabalho, que reúne empregadores que submeteram funcionários a condições análogas à de escravo.
Entre os novos nomes estão os de construtoras do programa Minha Casa Minha Vida e até nove pastelarias e lanchonetes do Rio de Janeiro. É a primeira vez que esse tipo de estabelecimento entra na lista. No total, a lista traz o nome de 165 empregadores responsáveis por manter 2.264 trabalhadores em situação análoga à escrava.
Em uma das pastelarias do Rio, três funcionários trabalhavam 7 dias por semana e não possuíam carteira de trabalho. Além disso, os trabalhadores dormiam em duas camas num quarto de empregada de um apartamento da região.
Segundo a fiscalização, os três teriam recebido somente um décimo dos salários devidos. O combinado com o empregador era que o salário seria de R$ 1 mil por mês, mas na maior parte a remuneração era retida.
Outros exemplos foram citados em relação à construção civil. A lista revela que o setor possuía 74 trabalhadores em situação análogas à escravidão. Das cinco empresas que mantinham esses trabalhadores, duas eram ligadas às construções do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal.
No festival Rock in Rio também foi constatado trabalho escravo. Ambulantes que faziam vendas de batata no local para a empresa Batata no Cone gastavam mais do que recebiam para trabalhar no festival, de acordo com o Ministério do Trabalho. O que os trabalhadores obtinham nas vendas era superado por despesas com transporte, exames médicos, hospedagem e comida.
A organização do festival informou que “não tem qualquer responsabilidade sobre a contratação de profissionais de outras empresas para atuarem na Cidade do Rock”. A nota também diz que o festival “trabalha de acordo com a legislação brasileira e lamenta que este não seja o procedimento adotado por outras empresas”.
A pecuária lidera o número de empregadores na lista: são 31 empresas e fazendeiros. Juntos, eles submeteram 204 trabalhadores a condições análogas à de escravo. Também houve casos envolvendo plantações de café e cana-de-açúcar.
Você pode conferir a lista de empregadores neste link.
Com informações da ONG Repórter Brasil
Cristovam de Souza
21/04/2018 @ 11:41
E ainda dizem ..quando morrer vai pro inferno…será que não é..quando nasceres estarás no inferno ?
Trabalho escravo no Brasil - Observatório do Terceiro Setor
11/05/2018 @ 12:59
[…] a lista suja do trabalho escravo no Brasil contém os nomes de 165 empregadores, responsáveis por manter mais de 2 mil […]