171 mil imigrantes foram detidos na fronteira dos EUA em março

Número foi o maior para um mês nos últimos 15 anos. Desde janeiro, a chegada de imigrantes na fronteira entre Estados Unidos e México aumentou 70%

Por: Isabela Alves

Em março, os Estados Unidos registraram o maior número de imigrantes na sua fronteira dos últimos 15 anos.

Cerca de 171 mil imigrantes foram detidos por agentes da patrulha fronteiriça do país. Os dados foram divulgados pelo Escritório de Aduanas e Proteção Fronteiriça (CBP, na sigla em inglês).

Além disso, a crise migratória atingiu outro recorde: no último mês, mais de 18 mil jovens chegaram à fronteira do país sem um acompanhante. Este foi o número mais alto de menores sem responsáveis que chegaram à fronteira do país.

A crise está gerando uma grande pressão no atual Governo. As principais críticas foram feitas pelos setores conservadores, que consideram que a situação chegou a esse ponto por conta de políticas que foram implementadas no final de janeiro.

Desde janeiro, a chegada de imigrantes na fronteira entre Estados Unidos e México aumentou 70%, com 78.442 pessoas registradas. 

Com a chegada do presidente Joe Biden à Casa Branca, muitas famílias abandonaram suas casas em países como El Salvador, Honduras e Guatemala por conta da violência, pobreza e problemas causados pelas mudanças climáticas.

Em um comunicado oficial, o secretário de Segurança Nacional, Alejandro Mayorkas, apontou que essa é a maior crise com imigrantes dos últimos anos: “Estamos expulsando a maioria de adultos sozinhos e famílias. Não estamos expulsando menores não acompanhados”.

A patrulha de fronteira deteve na fronteira com o México mais de 99 mil adultos sozinhos. Em fevereiro, foram detidas mais 71 mil pessoas. Nos últimos seis meses, chegaram 47.729 menores não acompanhados na fronteira. 

Apenas em fevereiro, por exemplo, foram 9.297 menores sozinhos, representando um aumento de 98% desde outubro (4.690). No mês seguinte, foram 18.800 menores. 

14% dos detidos testaram positivo para o coronavírus. A pressão da situação fez com que o presidente Biden chamasse de “totalmente inaceitável” as condições de alguns deles. 

Fonte: El País Brasil