48% das empreendedoras saíram de relação abusiva, diz pesquisa
Estudo do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) mostra que após se tornarem empreendedoras e adquirirem independência financeira, mulheres se sentem mais seguras para abandonar relacionamentos abusivos
Por: Juliana Lima
A independência financeira é fundamental para que mulheres possam se libertar de relacionamentos abusivos e violentos. É o que mostra a mais nova edição da pesquisa anual do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME). Segundo o instituto, 34% das mulheres ouvidas relataram já ter sofrido algum tipo de agressão em relações conjugais, e 48% delas disseram que conseguiram sair dessas relações abusivas após se tornarem empreendedoras.
Segundo a fundadora e presidente do IRME, Ana Fontes, o estudo confirma a necessidade de se apostar no desenvolvimento profissional e financeiro das mulheres. “De forma geral, as mulheres se sentem mais independentes, confiantes e seguras quando têm uma geração de renda própria, permitindo que ela mude sua condição dentro de relacionamentos abusivos”, explica.
O argumento é defendido também por especialistas e gestores públicos. Um programa do Ministério Público de São Paulo de 2019, por exemplo, mostrou que uma em cada quatro mulheres não denunciava seu agressor porque dependia financeiramente dele. Em 2013, uma pesquisa do Instituto DataSenado já colocava a dependência financeira como o segundo principal motivo que fazia as mulheres permanecerem em relacionamentos abusivos, atrás somente do medo do agressor.
Para o Instituto Rede Mulher Empreendedora, 81% das mulheres consultadas concordaram que empreendedoras têm mais autonomia na vida, e por isso são mais independentes em suas relações conjugais, enquanto 72% das empreendedoras avaliam que são total ou parcialmente independentes financeiramente.
Trabalho em rede
Outro ponto positivo, segundo o instituto, é que as mulheres empreendedoras, geralmente, trabalham em rede e contratam mais mulheres: 7 em cada 10 possuem sócias mulheres, e 73% dos empreendimentos liderados por mulheres possuem times majoritariamente femininos.
“A mulher quando melhora suas condições, principalmente financeira, investe mais na educação dos filhos, apoia sua comunidade, assiste seus familiares. Além disso, a mulher contrata outras mulheres que vão reagir a essa melhora da mesma forma, potencializando mais pessoas”, diz Ana Fontes.
No entanto, ainda é preciso avançar muito para melhorar a situação das mulheres empreendedoras. A pesquisa indica que 79% delas acreditam que os cuidados com a casa e a família atrapalham mais as mulheres do que os homens que buscam empreender. “Muitas mulheres ainda não têm apoio e reconhecimento de que seus negócios, ainda que pequenos, fazem parte de um ecossistema potente e que gera muita riqueza”, finaliza Ana.
Fórum gratuito debaterá empreendedorismo feminino - Observatório do Terceiro Setor - UMA MULHER LEVANTA A OUTRA
06/01/2022 @ 09:58
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