70% dos brasileiros afirmam que há homofobia no país
A pesquisa PoderData 2024 mostra que 70% dos brasileiros acham que há homofobia no Brasil; a taxa subiu 7 pontos percentuais desde junho de 2022.
Por Redação
O Brasil mantém sua triste posição no topo do ranking dos países com o maior número de mortes de pessoas LGBTQIAPN+ devido à transfobia, como evidenciado por um estudo realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Em 2023, 257 mortes violentas foram registradas, apontando para uma alarmante estatística: a cada 34 horas, uma vida da comunidade é perdida de forma violenta no país. Além disso, a pesquisa PoderData de 2024 revela que aproximadamente 70% dos brasileiros reconhecem a presença da homofobia, indicando um aumento de sete pontos percentuais em comparação com 2022.
A pesquisa demonstra que a promoção da diversidade, equidade e inclusão é crucial para uma sociedade verdadeiramente justa e acessível para todos.
Apesar de a transfobia ser crime no Brasil desde 2019, o país é ainda o que mais mata pessoas trans e travestis em todo o mundo pelo 15° ano consecutivo. O número de assassinatos de mulheres trans e travestis é o maior desde 2008 — ano em que o dado começou a ser registrado.
Diversas organizações do terceiro setor atuam no combate à homofobia no Brasil, como é o caso da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) que é uma rede nacional que articula em todo o Brasil 127 instituições que desenvolvem ações para promoção da cidadania da população de Travestis e Transexuais. A Associação compreende que deve haver uma colaboração em todos os setores, como saúde, educação, segurança pública e direitos humanos.
Neste começo de ano, a Antra divulgou o Dossiê sobre Assassinatos e Violências contra Travestis e transexuais brasileiras em 2023, pesquisa que compila dados sobre assassinatos de pessoas trans utilizando fontes governamentais como o Disque 100 e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, bem como informações de órgãos de segurança pública, processos judiciais e relatos publicados na mídia jornalística.
Além da Antra, a ONG TODXS, uma startup sem fins lucrativos com ações para tornar o Brasil um país mais seguro e inclusivo para a comunidade LGBTI+, possui diversos projetos de inclusão e conscientização voltados ao público LGBTQIA+, como a cartilha que busca a inclusão e a visibilidade das causas LGBTQIA+ dentro das escolas; além disso, a organização realiza um Fundo TODXS, para impulsionar o empreendedorismo de pessoas trans.
Sendo a mais antiga organização não governamental (ONG) LGBT da América Latina, o Grupo Gay da Bahia é uma associação de defesa dos direitos humanos dos LGBT no Brasil. Fundado em 1980, registrou-se através de um mandado judicial, como sociedade civil sem fins lucrativos em 1983, sendo declarado de utilidade pública municipal em 1987. A Associação se movimenta a partir da divulgação de informações corretas sobre a orientação homossexual, desconstruindo preconceitos para construir um discurso cientifico e correto, combatendo comportamentos, atitudes e práticas que inviabilizam o exercício da cidadania plena de gays, lésbicas, travestis e transexuais no Brasil
As iniciativas contribuem para igualdade de gênero e redução da desigualdade, metas presentes nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda ONU (ODS 5 e 10).