72,4 milhões de brasileiros vivem sem acesso à rede de esgoto

Regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas pela falta de saneamento básico

Por: Mariana Lima

Em 2018, apenas 66,3% dos domicílios brasileiros tinham acesso à rede geral ou fossa ligada à rede para escoamento de esgoto, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: características dos domicílios e dos moradores, realizada pelo IBGE.

A desigualdade no acesso à rede de esgoto é nítida entre as regiões. Enquanto 88,6% das residências no Sudeste têm acesso, o índice cai para 44,6% no Nordeste e para 21,8% no Norte. Isso significa que apenas uma em cada cinco casas na região Norte tem acesso à rede de esgoto.

Na região Sul, o índice de acesso à rede geral de esgoto é de 66,8% e na Centro-Oeste, de 55,6%.

Segundo a pesquisa, ao todo, 72,4 milhões de pessoas vivem em domicílios sem acesso à rede geral coletora de esgotos no país. São 31 milhões no Nordeste e 13,9 milhões no Norte.

Outros dados apontados pela PNAD revelam que 20,1 milhões de brasileiros queimavam lixo na propriedade ou optavam por outra destinação, como depositar o lixo em valões. Cerca de 10,5 milhões destas pessoas estavam concentradas no Nordeste.

O Estado do Maranhão apresentou 31,5% de domicílios nestas condições, ou seja, 2,3 milhões de pessoas estavam destinando o lixo destas maneiras.

O Nordeste detém o menor porcentual de domicílios com abastecimento diário de água, cerca de 69,1%. Segundo a pesquisa, 14,7% tinham água entre uma e três vezes por semana e outros 14,4% tinham acesso de 4 a 6 vezes por semana.

Na região Centro-Oeste, 87,1% dos domicílios tinham abastecimento diário de água em 2018. No ano anterior, apenas 69% das residências tinham acesso a esse serviço. Porém o índice ainda é menor do que em 2016, quando a região tinha 94,7% de residências atendidas.