Abril Azul: conscientização e desafios no mundo do Autismo
A campanha Abril Azul destaca a conscientização sobre o autismo, condição de saúde que afeta a comunicação e o comportamento. Para entender mais sobre o assunto, conheça as diferentes frentes de atuação do terceiro setor que desempenham trabalho de apoio à pessoas e famílias dentro do espectro autista para promoção da saúde, inclusão, combate à estigmas, suporte emocional e educacional.
Por Redação
No dia 2 de abril é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, uma síndrome complexa que afeta a comunicação e o comportamento das pessoas. Abril Azul é o mês dedicado a ampliar o entendimento sobre o espectro autista e desmistificar conceitos equivocados. Foi somente em 1993 que o autismo foi reconhecido oficialmente como uma síndrome pela Organização Mundial da Saúde (OMS), refletindo a escassez de conhecimento sobre o assunto. Mesmo hoje, o diagnóstico ainda é impreciso, e nenhum exame genético pode determinar com total certeza a presença do transtorno.
Dados do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apontam que o autismo afeta aproximadamente uma em cada 110 pessoas, o que significa que no Brasil, com sua população de 200 milhões, estima-se que haja cerca de 2 milhões de autistas, com mais de 300 mil casos só no Estado de São Paulo. Apesar da alta incidência, muitos ainda enfrentam dificuldades para acessar tratamento adequado.
Autismo não é algo que desaparece com o tempo, é uma condição permanente que pode ser administrada com diferentes formas de tratamento. É importante desmistificar a ideia de que uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é inferior ou incapaz. O uso do autismo como insulto reforça estereótipos prejudiciais e é considerado uma forma de discriminação, o que é crime no Brasil. Além disso, é crucial compreender que crises de comportamento não são indicativas de falta de educação, mas sim manifestações do transtorno, e é fundamental que sejam abordadas com empatia e respeito, não com violência.
No terceiro setor, diversas organizações se dedicam a apoiar pessoas e famílias dentro do espectro autista, oferecendo suporte emocional, orientação educacional e advocacia pelos direitos dessas pessoas. Essas organizações desempenham um papel crucial na promoção da inclusão e na construção de uma sociedade mais acolhedora e igualitária para todos, independentemente de sua condição.
Autismo e Realidade
A Associação Autismo e Realidade foi fundada com o objetivo de disseminar informações sobre os Transtornos do Espectro Autista (TEA), promovendo a conscientização, combatendo estigmas e oferecendo orientação para familiares, professores e cuidadores. A partir de 2015, foi incorporada a Fundação José Luiz Egydio Setúbal (FJLES) e o Instituto PENSI, desempenhando um papel crucial na conscientização e no suporte às pessoas com TEA. A integração com o PENSI resultou em pesquisas científicas e programas educacionais, como o Projeto de Triagem Neonatal para Imunodeficiências e o Projeto Rastreio Ocular, visando a detecção precoce e o tratamento eficaz do TEA. Além disso, a organização oferece cursos e simpósios, como o VII Simpósio de Atualização em Transtorno do Espectro Autista, promovendo debates e capacitação para profissionais e familiares.
No canal Saúde da Infância da FJLES, no Youtube, é possível acessar vídeo com as principais definições do que é o TEA; também há uma playlist exclusiva sobre o assunto no ambiente escolar, mercado de trabalho, infância e inclusão. Alinhado a isso, a organização também promove cartilhas para conscientizar e informar a sociedade, como o Guia para leigos sobre o Transtorno do Espectro Autista e o “DSM-5 e o diagnóstico de TEA”.
Instituto Inclua
Telma Vieira
05/04/2024 @ 07:56
Ampliar o conhecimento sobre TEA é fundamental para, principalmente, entender que não há um padrão entre as pessoas que se enquadram no espectro. Contudo, é fundamental também lembrar das pessoas que, por falta de conhecimento, chegaram à fase adulta e, somente nela, tiveram o diagnóstico. E, mesmo depois de todas as dificuldades para entender-se e parar de fingir para se adequar a uma realidade que, na verdade, não era sua, não tem o suporte necessário e, um dos principais motivos é que, na maioria das vezes, são esquecidas.