Alerta: mundo quebra recorde de emissões de gases de efeito de estufa
O crescimento foi de 1,2% entre 2021 e 2022, um novo recorde registrado no Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2023 – Temperaturas recordes quebradas atingiram novos máximos, mas o mundo não consegue reduzir as emissões (novamente).
As Nações Unidas sublinham que os níveis de 2030 estarão 22 giga toneladas, Gt, acima do limite de 1,5º C graus, se não mudar a tendência de alta das emissões globais de gases do efeito estufa.
O crescimento foi de 1,2% entre 2021 e 2022, um novo recorde registrado no Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2023 – Temperaturas recordes quebradas atingiram novos máximos, mas o mundo não consegue reduzir as emissões (novamente).
A análise em Nova Iorque ilustra o rumo das emissões, os compromissos dos países e o nível desejável para limitar o aquecimento a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. O documento é apresentado na preparação das negociações climáticas, a COP28.
Sobre a publicação do Programa da ONU para o Meio ambiente (Pnuma), o secretário-geral destacou que os níveis das emissões deveriam estar descendo. Para António Guterres, o valor atual é aproximadamente o total das atuais emissões anuais dos Estados Unidos, da China e da União Europeia combinados.
Guterres citou recordes de temperatura registrados em junho, julho, agosto, setembro e outubro, considerados os meses mais quentes da história. Ele destaca que as tendências atuais levam “o planeta a uma alta sem saída” de 3º C.
O chefe da ONU enfatiza como o relatório apresenta uma semelhança entre o déficit de emissões “a um desfiladeiro de emissões” que está repleto de quebra de promessas, vidas e recordes.
Para o secretário-geral das Nações Unidas, esses fatores combinados revelam “um fracasso de liderança, uma traição aos vulneráveis e uma enorme oportunidade perdida”.
Estimativas preliminares sobre o Brasil, o único lusófono mencionado na análise, revelam um aumento de 10% nas emissões em 2022 na comparação com 2021. Entre os motivos principais estão o desmatamento e as mudanças no uso da terra, que continuam concentradas nas regiões tropicais.
O total das emissões entre 1850 e 2021 varia entre as regiões do globo. Os Estados Unidos da América são responsáveis pela maior parte das emissões, seguidos pela União Europeia e pela China.
No mesmo período, os EUA e a União Europeia foram responsáveis por quase um terço do total das emissões que “contribuíram de forma significativa para o aquecimento, incluindo o impacto das emissões de metano e óxido nitroso, desde a industrialização”.
O planeta já está sentindo os impactos do efeito estufa. Os oceanos também bateram recordes de temperatura. A temperatura média da superfície dos oceanos em julho atingiu o recorde de 20,96ºC, segundo dados do observatório europeu Copernicus; cientistas alertam para uma ameaça imediata.
Esse pico — que, segundo a base de dados ERA5, foi atingido em 30 de julho — superou “o recorde anterior, de 20,95ºC, de março de 2016”, disse à AFP um porta-voz da Copernicus. Os oceanos absorvem 90% do excesso de calor do sistema terrestre causado pela atividade humana da era industrial.
Esta última década também já foi confirmada como a mais quente da história do planeta registrada, mantendo uma tendência alarmante de 30 anos, impulsionada “por emissões de gases de efeito estufa de atividades humanas”.
As declarações foram feitas pelo secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, OMM, Petteri Taalas, ao apresentar um novo relatório da agência da ONU nesta terça-feira durante a COP28, em Dubai.
A Organização das Nações Unidas (ONU) desenvolveu uma série de objetivos ambiciosos no ano de 2015 por meio de um “Pacto Global”, que envolve os seus 193 países membros. O projeto da ONU contempla 17 ODS, ou seja, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O cenário apresentado mostra que o ODS 13 – com metas para combater a mudança climática e seus impactos, precisa ser colocado em prática com urgência.
Fonte: ONU News