Apenas 6% das ONGs brasileiras recebem doações pela internet
E 27% publicam informações sobre prestação de contas em sites e redes sociais
Por Caio Lencioni
Realizada pela Cetic.br, que monitora a adoção das tecnologias de informação e comunicação em diferentes áreas, a 3ª edição da pesquisa TIC Organizações Sem Fins Lucrativos diz que apenas 6% declaram ter recebido doações pela internet em 2016. O índice é baixo, considerando que a internet é um grande facilitador para a captação de recursos e que, segundo a Conferência das Nações Unidas, há 120 milhões de usuários de internet no Brasil.
A pesquisa também revela que os meios mais citados em relação à captação de recursos pela internet foram os perfis em redes sociais (5%), os sites das próprias organizações (2%) e as plataformas de crowdfunding (1%).
As principais justificativas para essa dificuldade das instituições para captar online, segundo os respondentes da pesquisa, são a ausência de recursos financeiros (60%) e a baixa velocidade de conexão à internet (46%). Essas dificuldades foram mencionadas em maior proporção por organizações do Norte (63%), Centro-Oeste (55%) e Nordeste (53%).
O estudo, que foi realizado entre maio e setembro de 2016, também buscou entender como se dava a prestação de contas da entidade no meio virtual. Daquelas que possuíam website, 27% publicaram informações e balanço sobre prestação de contas em seus respectivos sites. Entre as que faziam o uso de perfis em redes sociais, 35% declararam postar o balanço das contas nos perfis da organização.
O pesquisa ouviu 4.001 ONGs de diversos segmentos, assim como associações patronais, profissionais e sindicais e entidades ligadas às áreas de saúde e assistência social. Representantes de organizações ligadas a educação e pesquisa, religião, desenvolvimento e defesa de direitos também foram entrevistados.