Após analisar cérebro de mulher, polícia descobre que marido a matou
Diane Stewart, de 47 anos, morreu em 2010 e sua morte parecia ter uma causa natural até que, anos mais tarde, seu marido fez uma nova vítima e a polícia decidiu reabrir o caso. Como o corpo de Diane foi cremado, a única opção da polícia foi analisar o cérebro da vítima, que havia sido doado para pesquisas médicas e revelou que o marido a matou
De acordo com Ian Stewart, em 25 de junho de 2010, ele voltou para casa após uma viagem e encontrou sua esposa desmaiada. Mais tarde, ela foi declarada morta.
Um inquérito no final daquele ano concluiu que Diane Stewart, de 47 anos, havia sofrido uma morte súbita por epilepsia, que mata cerca de 600 pessoas a cada ano.
Embora Diane não tivesse sofrido nenhum ataque de epilepsia nos últimos 18 anos, ninguém suspeitou do motivo de sua morte.
Suspeitas começaram a surgir somente seis anos depois, após a morte de uma segunda mulher — a noiva de Stewart, a autora de livros infantis Helen Bailey.
Ian drogou e sufocou Helen, como parte de seu plano de herdar uma fortuna de quase 4 milhões de libras (R$ 28 milhões) e jogou seu corpo em uma fossa embaixo de sua casa.
Após Ian ser condenado pelo assassinato de Helen em 2017, a polícia voltou sua atenção para a morte de Diane. Mas o corpo de Diane havia sido cremado. Além disso, testes toxicológicos completos não haviam sido realizados durante a autópsia em 2010.
Ian foi quem decidiu cremar o corpo da esposa. Durante o julgamento pela morte de Diane, ele foi acusado pelos promotores de ter cremado o corpo “para que não houvesse nada que pudesse vir à tona para incriminá-lo”.
No entanto, os detetives seguiram um caminho bastante incomum. Diane havia doado seu cérebro para pesquisas médicas, com o consentimento de Ian. O detetive Jerome Kent, da Unidade de Crimes Graves de Bedfordshire, Cambridgeshire e Hertfordshire, descobriu que o cérebro de Diane não havia sido usado por estudantes de medicina e estava armazenado em um hospital.
Cientistas e patologistas foram convidados a reexaminar o tecido cerebral de Diane.
O professor Safa Al-Sarraj, neuropatologista consultor do King’s College Hospital, disse ao júri que encontrou “mudanças no cérebro […] consistentes com isquemia precoce”, algo que ele definiu como “dano às células devido à falta de suprimento de oxigênio e sangue”.
Ele disse que não esperaria encontrar qualquer evidência de isquemia em “um humano saudável”. Mas sinais assim podem ser detectados se uma pessoa morre após sofrer de respiração “restrita” por “mais de 30 minutos”.
“Na hora da morte de Diane não havia nada para suspeitar que Ian fosse o responsável ou que ela tivesse morrido em suas mãos”, diz o detetive Kent. “Ele teria se livrado de matar Diane Stewart se não fosse pela investigação em torno de Helen Bailey.”
Fonte: BBC Brasil