Aquecimento global: ursos polares podem morrer de fome
Infelizmente o aquecimento global já está influenciando a vida dos ursos polares. Alguns animais da espécie enfrentam a fome à medida que o gelo marinho do Ártico derrete; isso acontece porque eles não conseguem adaptar suas dietas à vida em terra, descobriram cientistas.
Infelizmente o aquecimento global já está influenciando a vida dos ursos polares. Alguns ursos polares enfrentam a fome à medida que o gelo marinho do Ártico derrete. Isso acontece porque eles não conseguem adaptar suas dietas à vida em terra, descobriram cientistas.
A icônica espécie do Ártico normalmente se alimenta de focas-aneladas que capturam em blocos de gelo no mar. Mas à medida que o gelo desaparece num mundo em aquecimento, muitos ursos passam mais tempo em terra, comendo ovos de aves, frutos silvestres e grama.
Porém os animais perdem peso rapidamente em terra, aumentando o risco de morte. O urso polar tornou-se o exemplo da crescente ameaça das alterações climáticas no Ártico, mas a realidade do impacto nesta espécie é complexa.
Embora o número de ursos tenha despencado até a década de 1980, isso se deveu principalmente à caça predatória.
Com maior proteção legal, o número de ursos polares aumentou. Mas o aumento das temperaturas globais é agora visto como a maior ameaça. Isso porque os mares congelados do Ártico são fundamentais para sua sobrevivência.
Os animais usam o gelo marinho como plataforma para caçar focas-aneladas, que apresentam altas concentrações de gordura, principalmente no final da primavera e início do verão. Mas durante os meses mais quentes, muitas partes do Ártico estão agora cada vez mais sem gelo.
Para compreender como os animais sobrevivem à medida que o gelo desaparece, os pesquisadores acompanharam as atividades de 20 ursos polares durante os meses de verão durante um período de três anos.
Além de coletar amostras de sangue e pesar os ursos, os animais foram equipados com coleiras equipadas com GPS e câmeras de vídeo. Isso permitiu aos cientistas registrar os movimentos dos animais, suas atividades e o que comiam.
Nos meses de verão sem gelo, os ursos adotaram diferentes estratégias para sobreviver, com alguns essencialmente descansando e conservando energia.
A maioria tentou procurar vegetação ou frutos silvestres ou nadou para ver se conseguia encontrar comida. Ambas as abordagens falharam, com 19 dos 20 ursos no estudo tendo perdido massa corporal, em até 11% em alguns casos.
Em média, os animais perderam um quilo por dia. “Independentemente da estratégia que tentassem usar, não havia nenhum benefício real em nenhuma das abordagens no que diz respeito à capacidade de prolongar o período em que poderiam sobreviver em terra”, segundo o autor principal, Anthony Pagano, do Serviço Geológico dos EUA no Alasca.
Fonte: BBC News Brasil