Brasil bancou lombo de bacalhau e uísque 12 anos para militares
Além de picanha e cerveja, brasileiros também pagaram lombo de bacalhau, uísque 12 anos e conhaque para militares em 2020, em plena pandemia
Não foi só picanha e cerveja que a população brasileira bancou em 2020, em plena pandemia, para militares. Lombo de bacalhau, uísque 12 anos e garrafas de conhaque também estão na lista de compras feitas, com dinheiro público, pelos militares no ano passado.
As novas informações reunidas pelos deputados do PSB serão anexadas à representação que o partido fez à Procuradoria-Geral da República (PGR) para pedir esclarecimentos sobre os gastos alimentares das Forças Armadas, que incluíram a compra de mais de 700 toneladas de picanha e 80 mil cervejas.
Dados oficiais, obtidos a partir de informações que são repassadas pelos próprios militares ao Painel de Preços do Ministério da Economia, mostram que, no ano passado, foram aprovados processos de compra de 140 mil quilos de lombo de bacalhau, além de outros 9,7 mil quilos de filé do peixe salgado.
Em uma das compras registradas pelos militares, consta um pedido homologado pelo Comando da Aeronáutica, para aquisição de 500 quilos de lombo de bacalhau, em que o preço de referência usado pelo órgão público foi de nada menos que R$ 150 o quilo. Esses pedidos, uma vez homologados, ficam à disposição dos órgãos, para que façam suas compras com os fornecedores aprovados.
O 38º Batalhão de Infantaria comprou dez garrafas do uísque Ballantine’s, com 12 anos de envelhecimento. O preço proposto da garrafa foi de R$ 144,13.
Já o Comando da Marinha preferiu adquirir 15 garrafas de Johnnie Walker, também com 12 anos de envelhecimento, o chamado “Black Label”. O valor que se dispôs a pagar para cada unidade foi de R$ 164,18. Conhaques mais populares também entraram na lista do Batalhão Naval da Marinha. Em setembro do ano passado, o órgão aprovou o registro para compra de até 660 garrafas de conhaque das marcas “Presidente” e “Palhinha”, com preço unitário proposto de R$ 27,06.
No momento, o Brasil tem 14 milhões de desempregados, dos quais muitos dependiam do auxílio emergencial pago pelo governo durante a pandemia, que acabou no final do ano passado e não foi prorrogado por falta de verbas. Ainda está em discussão no Congresso e no Planalto a volta do auxílio. Os últimos dados mostram que 10,3 milhões passam fome no Brasil.