Células nazistas no Brasil crescem 270% em apenas 3 anos
Existem pelo menos 530 núcleos extremistas, que podem conter cerca de 10 mil pessoas ativas, operando no Brasil hoje. A sensação de impunidade fez crescer células nazistas no Brasil.
O nazismo é uma forma de fascismo que despreza a democracia liberal e o sistema parlamentar. Incorpora o racismo científico, o antissemitismo, o anti-comunismo e o uso de eugenia no seu credo.
Durante a Segunda Guerra Mundial o nazismo fez milhões de vítimas, principalmente judeus. Mas, na lista de vítimas torturadas e mortas também tinham crianças, pessoas portadoras de deficiência, ciganos, homossexuais, negros.
Mesmo com o fim da Segunda Guerra e o partido derrotado, sua ideologia ainda sobrevive infelizmente. Um dos países que contém células nazistas é o Brasil. Muitos nazistas fugiram para o país para não serem presos e pagarem por seus crimes.
Josef Mengele, mais conhecido como o Anjo da Morte, passou seus últimos dias de vida no Brasil. Mengele foi o médico responsável por fazer experimentos insólitos em judeus nos campos de concentração.
Um mapa elaborado pela antropóloga Adriana Dias apontou que as células de grupos neonazistas cresceram 270,6% no Brasil entre janeiro de 2019 e maio de 2021, e se espalharam por todas as regiões do país, impulsionadas pelos discursos de ódio e extremistas contra as minorias representativas, amparados pela falta de punição.
Adriana revelou que existem pelo menos 530 núcleos extremistas, que podem conter cerca de 10 mil pessoas ativas, operando no Brasil hoje. Segundo a antropóloga, a maioria dessas pessoas se identificam como neonazistas e têm em comum o ódio contra feministas, judeus, negros e a população LGBTQI+.
Em outubro do ano passado, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu um homem de 58 anos, identificado como Aylson Proença Doyle Linhares, suspeito de estupro de vulnerável contra um menino de 12 anos. No entanto, em seu apartamento, localizado na Vargem Grande, na zona oeste da cidade, os agentes encontraram uma vasta coleção com material nazista, avaliada em milhões de reais.
A sensação de impunidade fez crescer esses núcleos extremistas no Brasil. No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro se encontrou, fora da agenda oficial, com a deputada alemã Beatrix von Storch, uma das lideranças do partido de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD) e neta de um ex-ministro das Finanças da Alemanha durante o regime nazista de Adolf Hitler. Na época Bolsonaro foi bastante criticado, inclusive pelo governo dos Estados Unidos. O presidente brasileiro respondeu as críticas dizendo que a deputada foi eleita democraticamente.