Cidades brasileiras não estão preparadas para os desastres ambientais
Segundo as previsões meteorológicas, o quadro tende a piorar em todo o país. Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) destacam que as temperaturas devem seguir elevadas durante todo o verão, sendo esperadas temperaturas até 1,5º C acima da média para várias regiões. Em termos de chuva, a tendência são volumes acima da média e eventos de maior intensidade em nível nacional. Mais uma vez, as questões chamam a atenção para a urgência de implementar soluções que possam tornar as cidades mais resilientes e preparadas para um futuro no qual os eventos climáticos extremos serão cada vez mais comuns devido ao processo de aumento do aquecimento global.
O período de chuvas intensas marca mais uma temporada crítica nas cidades brasileiras neste início de ano. No último sábado (13/1), as intensas chuvas na cidade do Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense, por exemplo, resultaram em um estado de calamidade pública causando alagamentos e mortes. Em São Paulo, as chuvas intensas e ventos fortes que atingiram a cidade, no dia 8 de janeiro, deixaram diversos pontos da capital alagados e derrubaram 200 árvores. A situação contribuiu para aumentar os tradicionais problemas já existentes no trânsito e nas redes elétricas, quando alguns moradores voltaram a ficar sem luz em diferentes pontos da cidade.
Segundo as previsões meteorológicas, o quadro tende a piorar em todo o país. Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) destacam que as temperaturas devem seguir elevadas durante todo o verão, sendo esperadas temperaturas até 1,5º C acima da média para várias regiões. Em termos de chuva, a tendência é verificarmos volumes acima da média e eventos de maior intensidade em nível nacional.
Mais uma vez essas questões chamam a atenção para a urgência de implementar soluções que possam tornar as cidades mais resilientes e preparadas para um futuro no qual os eventos climáticos extremos serão cada vez mais comuns devido ao processo de aumento do aquecimento global.
De acordo com a definição da ONU, as cidades resilientes são aquelas capazes de “resistir, absorver, adaptar-se e recuperar-se dos efeitos de um perigo de maneira tempestiva e eficiente, através, por exemplo, da preservação e restauração de suas estruturas básicas e funções essenciais, bem como fazendo investimentos em soluções mais sustentáveis.
Diante do aumento constante das chuvas intensas e dos riscos climáticos, a necessidade de repensar a infraestrutura urbana é incontestável. Segundo o diretor e coordenador da Câmara Técnica de Gestão de Recursos Hídricos da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – Seção São Paulo (ABES-SP), Luís Eduardo Grisotto, investir em uma infraestrutura de drenagem e o manejo de águas pluviais urbanas minimizariam, por exemplo, os riscos de deslizamentos e inundações em grande parte das regiões brasileiras, mas, infelizmente, essas soluções têm sido negligenciadas no Brasil.
De acordo com ele, a ausência de planejamento, investimentos insuficientes e a dificuldade de implantação e gestão desses serviços têm prejudicado sistemas de drenagem urbana por décadas. “Embora a recente aprovação do Marco Legal do Saneamento prometa mudanças significativas, a resolução dos problemas relacionados às inundações, entre outros desastres naturais, ainda está longe de ser alcançada”, pontua Grisotto.
Ele informa que a ABES, por meio de suas Câmaras Temáticas de Drenagem e de Recursos Hídricos, está comprometida em mudar essa realidade, auxiliando na criação de nova configuração das cidades para prevenir desastres cotidianos. “A entidade busca contribuir para a segurança da população frente a eventos climáticos extremos, promovendo debates, eventos, notas técnicas e informações qualificadas”, informa.
Além disso, Grisotto destaca que a ABES trabalha no desenvolvimento de soluções e programas de investimento, com o objetivo de aumentar a resiliência das cidades e melhorar os serviços de drenagem. A entidade também incentiva o desenvolvimento tecnológico e a harmonização entre as cidades e seus recursos hídricos, visando à melhoria do clima, da paisagem, da qualidade e disponibilidade de água, bem como a sustentabilidade ambiental e urbana, se colocando como uma importante voz nessa discussão e empenhada em buscar soluções inovadoras e colaborativas para enfrentar, por exemplo, os desafios do sistema de drenagem urbana.
“A ação decisiva hoje garantirá a segurança e o bem-estar das comunidades brasileiras no amanhã desafiador que se avizinha”, avalia Luís Eduardo Grisotto.
Sobre a ABES
Com 57 anos de atuação, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES é uma associação com fins não econômicos, que reúne no seu corpo associativo cerca de 10.000 profissionais do setor.
A ABES tem como missão ser propulsora de atividades técnico-científicas, político-institucionais e de gestão que contribuam para o desenvolvimento do saneamento ambiental, visando à melhoria da saúde, do meio ambiente e da qualidade de vida das pessoas.
É a associação brasileira que reúne a diversidade de profissionais e organizações do setor: empresas públicas e privadas, governos, prestadores de serviços, fornecedores, universidades e profissionais de diversas faixas etárias e várias áreas relacionadas ao saneamento, além da engenharia.
Para conhecer melhor seu trabalho acesse: www.abes-dn.org.br.