Cientista baiana pretende levar água potável para a África

Anna Luísa Beserra desenvolveu uma tecnologia de baixo custo para tratar água armazenada em cisternas; iniciativa já foi premiada pela ONU

Por: Mariana Lima

Aos 15 anos, Anna Luísa Beserra começou a desenvolver uma tecnologia capaz de oferecer tratamento de água seguro e barato, e que funciona como uma solução para a dificuldade em ter acesso à água potável em regiões áridas do Nordeste brasileiro.

O Aqualuz realiza a desinfecção de água de cisterna (reservatório) de captação de água de chuva nas zonas rurais e, através da radiação solar, elimina os micro-organismos e impurezas da água, sem qualquer produto químico. O aparelho é capaz de filtrar em média 30 litros de água por dia.

Com essa tecnologia, Anna já recebeu uma medalha na Olimpíada Científica e foi a primeira brasileira vencedora do prêmio Jovens Campeões da Terra, realizado pela ONU Meio Ambiente.

Aos 22 anos, a jovem cientista já fundou sua própria startup, a Safe Drinking Water for All (SDW), e conseguiu levar seu projeto para o Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos EUA. Agora ela quer ir mais longe.

A criadora do Aqualuz iniciou uma campanha de financiamento coletivo para conseguir levar água potável para Madagascar, na África.

A meta do financiamento é arrecadar R$ 200 mil para conseguir implantar o uso do Aqualuz e banheiros em comunidades carentes do país africano.

A campanha está sendo realizada em parceria com a Fraternidade Sem Fronteiras, que atua em comunidades pobres pelo planeta, e a Liga do Bem, que atua em instituições de Salvador e comunidades no sertão. Ambas já utilizam o Aqualuz.

Atualmente, o Aqualuz já beneficia 53 residências em 5 estados do Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Anna Luísa estima que a tecnologia ajude 275 pessoas.

Para saber mais sobre o projeto e a história de Anna Luísa, acesse a 1ª parte da nossa série de reportagens sobre Mulheres na Ciência.

Fonte: Correio 24 horas