Com 63.880 vítimas em 2017, Brasil bate recorde de mortes violentas
Relatório da Human Rights Watch também destaca a situação dos venezuelanos e o sistema prisional no país
Por: Isabela Alves
Em 2017, o Brasil bateu o seu recorde de mortes violentas, com 63.880 casos. Os dados são da 29ª edição do Relatório Mundial de Direitos Humanos, divulgado pela Human Rights Watch (HRW). A organização analisou a situação de mais de 90 países.
A organização destacou o aumento da letalidade policial após a intervenção federal no Rio de janeiro, entre o período de fevereiro e dezembro de 2018.
De março a outubro de 2018, a letalidade violenta aumentou 2% no estado, enquanto as mortes cometidas pela polícia cresceram 44%.
Entre as vítimas da violência no Rio de Janeiro estão a vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes, mortos no dia 14 de março de 2018. O caso ainda não foi esclarecido pelos órgãos de investigação e a HRW destacou que a demora para solucionar casos como este contribui para o ciclo de violência.
Sistema Prisional
Segundo dados do Ministério da Justiça de junho de 2016, mais de 726 mil pessoas estavam em estabelecimentos prisionais que possuíam capacidade máxima para metade deste total.
Nos centros socioeducativos, 24.345 crianças e adolescentes cumpriam medida de privação de liberdade em janeiro de 2018. Segundo o relatório, nestes locais ocorriam casos de tortura e até a morte de crianças sobre a custódia do Estado. Em Goiânia, 13 servidores foram indiciados por homicídio culposo por negligência pela demora em apagar um incêndio que vitimou dez crianças.
Refugiados
O relatório também apontou a situação dos migrantes venezuelanos no Brasil. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), entre janeiro de 2014 e abril de 2018, 25.311 venezuelanos solicitaram autorização de residência no Brasil. De janeiro de 2014 a julho de 2018, 57.575 pediram refúgio.
O documento registrou, ainda, os casos de agressão aos venezuelanos em Roraima, que ocorreram em março de 2017.
Para ler o relatório completo (em inglês), clique aqui.