Com sobras de tecidos do carnaval, costureiro produz máscaras caseiras
Para produzir as máscaras, Aroldo Tavares reutiliza tecidos de fantasias de Carnaval da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi, da zona norte de São Paulo
Por: Mariana Lima
Em meio à quarentena do Estado de São Paulo, o costureiro Aroldo Tavares, 58, traz pedaços do Carnaval para o cotidiano da população. Há 10 trabalhando para a escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi, da Zona Norte de São Paulo, Tavares vem aproveitando sobras de tecidos e TNT para produzir máscaras de proteção.
As máscaras produzidas por ele serão doadas para os integrantes da escola de samba e para a população da comunidade próxima do barracão. Tavares não está violando a quarentena ao realizar seu trabalho, uma vez que mora sozinho nos fundos do barracão da escola.
A iniciativa de reaproveitar os materiais das fantasias para produzir máscaras surgiu em uma reunião na quadra da escola. Tavares abraçou a proposta e vem se dedicando de forma voluntária ao projeto. Diariamente, ele chega a produzir de 40 a 60 máscaras. Ele aprendeu a técnica com vídeos na internet.
Natural de São Gonçalo (RJ), Tavares veio para a capital paulista em 2009 para trabalhar como aderecista. Foi no barracão da Acadêmicos do Tucuruvi que aprendeu as técnicas de corte e costura. Hoje, enxerga a escola como a sua família.
Outras escolas na luta
Além da Acadêmicos, outras escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro vêm promovendo ações de solidariedade em meio ao avanço do coronavírus.
As escolas Mancha Verde e Gaviões da Fiel são rivais nas quadras, no entanto, em conjunto distribuíram marmitas para pessoas em situação de rua no centro de São Paulo. As duas escolas reuniram seus membros para cozinhar e preparar as refeições, alimentando mais de 500 moradores.
No Rio de Janeiro, a Unidos do Viadouro – atual campeã do carnaval carioca – lançou a campanha ‘A fantasia agora é outra’, em que encomendou a produção de 5 mil máscaras, sendo que as primeiras unidades foram entregues a membros da escola.
Já a vice-campeã, a Grande Rio ocupou a sua quadra com máquinas de costura de máscaras, além de realizar doações de alimentos para moradores da Mangueirinha, do Centenário, da Corte Oito e do Sapo, na região de Duque de Caxias.
As escolas Unidos de Padre Miguel e Vila Isabel estão produzindo aventais e máscaras para profissionais da saúde na rede municipal em parceria com a prefeitura.
Fonte: ECOA – UOL