Construindo caminhos: empoderamento feminino no terceiro setor
O Índice de Empoderamento das Mulheres, criado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a ONU Mulheres, revela que o Brasil está classificado entre as nações de médio-baixo empoderamento. Conheça organizações do terceiro setor que estão engajadas na causa.
Por Redação
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a ONU Mulheres possuem dois índices para avaliar as lacunas enfrentadas por mulheres e meninas em 114 países. O Índice de Empoderamento das Mulheres (WEI, sigla em inglês) mede a capacidade de fazer escolhas e aproveitar oportunidades, enquanto o Índice Global de Paridade de Gênero (Ggpi) analisa a posição da mulher em relação ao homem em quatro dimensões essenciais do desenvolvimento humano (física, mental, emocional e espiritual).
Dados revelam que mais de 90% da população feminina global vive em países com baixo ou médio desempenho em empoderamento e paridade de gênero, mesmo entre nações com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Os índices, variando de zero a 1, indicam que o Brasil, com um WEI de 0,637, está classificado entre as nações de médio-baixo empoderamento, com uma pontuação média mundial de 0,607 e da América Latina e Caribe em 0,633.
O terceiro setor é marcado muitas entidades que atuam em diversas frentes para o empoderamento feminino, conheça abaixo 7 organizações e seus projetos.
Think Olga
Nomeando-se como uma organização de inovação social, a Think Olga busca impacto na sociedade civil por meio da comunicação como principal ferramenta, aliando à tecnologia e estratégias de educação, para criar impacto positivo na vida das mulheres do Brasil e do mundo. Um de seus projetos é o estudo Vale do Cuidado, que diz respeito à análise da economia do cuidado, trabalho invisível feito por muitas mulheres; o objetivo do estudo é atingir a população à nível cultural, buscando a construção de reflexões e saídas para que as questões de disparidade de gênero sejam ouvidas e trabalhadas.
As Mara – Gerando Falcões
A Gerando Falcões é um ecossistema de desenvolvimento social que atua em prol do empoderamento das favelas e redução das desigualdades em diversas frentes. Seu mais novo projeto intitulado “As Mara” busca a autonomia financeira, elevação da autoestima e geração de renda para mulheres em vulnerabilidade social. Batizado em homenagem às “maravilhosas” mulheres das periferias, o projeto busca unir desenvolvimento social e econômico, criando uma rede que não apenas proporciona renda para as participantes saírem da pobreza, mas também impulsiona projetos de sustentabilidade social em ONGs nas favelas parceiras da Gerando Falcões.
ONG Tamo Juntas
Fundada com princípios, posturas e práticas feministas, antirracistas, anticapitalistas e anti LGBTfóbica, a ONG Tamo Juntas é composta por diversas profissionais: advogadas, assistentes sociais, psicólogas, pedagogas, médicas, dentistas e atua de forma voluntária em todas as regiões do país, na orientação, acompanhamento e acolhimento de mulheres em situação de violência e vulnerabilidade social.
A Organização também promove eventos, cursos, rodas de diálogo com objetivo de promover espaços educativos e de maior conscientização para equidade de gênero e direitos humanos das meninas e mulheres.
Associação de Assistência às Mulheres, Crianças e Adolescentes e vítimas de violência – “RECOMEÇAR”
Conhecida como ONG Recomeçar, está localizada em Mogi das Cruzes (SP), oferece o serviço de acolhimento institucional sigiloso para mulheres em situação de violência e risco iminente de morte, com ou sem os seus filhos; sua atuação integra a Proteção Social Especial de Alta Complexidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Associação Mulheres de Atitude e Compromisso Social (AMAC)
A AMAC desenvolve suas atividades no estado do Rio de Janeiro, com sede no município de Duque de Caxias, também fazendo atendimentos via redes sociais para todo o Brasil, tendo como objetivo principal a defesa e garantia de direitos da mulher e famílias vítimas de violência doméstica.
Através de diversos projetos, a AMAC tem realizado um trabalho de promoção, participação em ações de fomento, debate, e informação sobre a violência doméstica e suas múltiplas formas.
Casa da Mulher do Nordeste
A Casa da Mulher do Nordeste (CMN) é uma organização não governamental feminista que há 38 anos contribui para a igualdade de gênero no Nordeste do Brasil. Sediada em Recife, capital do estado de Pernambuco e com um escritório em Afogados da Ingazeira, Sertão do Pajeú, tem como missão fortalecer a autonomia econômica e política das mulheres, afirmando a agroecologia com base no feminismo e na igualdade racial.
Mete a Colher
A startup Mete a Colher utiliza da tecnologia como aliada no combate à violência contra as mulheres. Nascida em 2016, em Recife, tem como missão desmistificar o ditado “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, criando uma rede de apoio que ajuda mulheres a saírem de relacionamentos abusivos, enfrentando uma realidade cada vez mais segura e igualitária.