Corte Interamericana começa a julgar caso Vladimir Herzog
Será analisada a responsabilidade do Estado brasileiro na morte do jornalista e na impunidade dos assassinos
Na última quarta-feira (24/05), a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) começou a julgar a responsabilidade do Estado brasileiro na morte do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975, e na impunidade dos assassinos. A audiência ocorreu na Costa Rica.
Herzog foi torturado e assassinado nas dependências do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna, o DOI-CODI, durante a Ditadura Militar.
A versão oficial da época, no entanto, foi a de que ele teria se enforcado com um cinto. Os militares chegaram até a tirar uma foto dele pendurado na cela, para defender a versão do suicídio.
Apesar da versão oficial, a morte do jornalista teve grande repercussão e incentivou uma série de manifestações populares, além de um culto ecumênico que reuniu mais de 8 mil pessoas na Catedral da Sé, em São Paulo.
Devido à pressão do público na época, ainda em 1975 foi aberto um inquérito policial para investigar as circunstâncias da morte do diretor de jornalismo da TV Cultura, mas a investigação foi arquivada em 1976.
De lá para cá, o caso já passou por diversos órgãos de Justiça, e já foi concluído que se tratou de fato de um homicídio, mas o Estado brasileiro nunca puniu os responsáveis pelo crime, usando a Lei de Anistia como base. A família de Vladimir Herzog, por outro lado, defende que os torturadores não deveriam ser anistiados, já que o crime foi uma violação grave de direitos humanos.
Agora o caso está sendo julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos e o resultado desse julgamento deve sair até o fim do ano.
Saiba mais no site do Instituto Vladimir Herzog.