Covid-19 deixa UTIs das capitais lotadas e mortes assustam o Brasil
Mesmo que o brasileiro insista em ignorar a pandemia de covid-19, seu rastro destruidor continua tirando vidas e deixando as UTIs das principais capitais do país lotadas.
O número de mortes também continua a subir, deixando o país em alerta. Nas primeiras semanas de novembro, houve um aumento de pacientes com sintomas de coronavírus nas emergências na cidade do Rio de Janeiro. Hoje, 137 pessoas aguardam transferência para internação na rede pública.
Ainda na rede municipal da cidade do Rio, a ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 está em 92%. Na rede SUS da capital, que inclui hospitais da rede municipal, estadual, federal e conveniados, a taxa de ocupação na UTI está em 77%.
Especialistas dizem que com a volta de todas as atividades está difícil baixar a contaminação e o número de internações.
Na capital paulista, a situação não é diferente e o aumento de internações começa a assustar os médicos. A situação voltou a preocupar recentemente os profissionais da unidade de saúde. Os pedidos de internações aumentaram, assim como a busca por atendimentos por suspeitas de infecções pelo coronavírus.
Nos últimos dias, os números de atendimentos a pacientes com a covid-19 também cresceram em hospitais particulares de São Paulo. O Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, informou que atingiu 120 internações nos últimos dias, número ao qual havia chegado durante o ápice da pandemia.
A atual situação nas unidades particulares da capital paulista remete ao que aconteceu em março, no início da pandemia. A rede privada foi a primeira a ficar sobrecarregada por pacientes infectados pelo coronavírus. Depois, toda a rede pública de saúde sofreu duramente com leitos escassos e diversas dificuldades estruturais diante da rápida propagação do vírus.
O Emílio Ribas foi o primeiro hospital da rede pública a ficar com a UTI lotada em São Paulo em decorrência da covid-19. Profissionais que trabalham na unidade, ouvidos pela BBC News Brasil, revelam que têm vivido o temor de que a situação volte a piorar.
“A minha impressão é de que é inevitável que os casos aumentem novamente. É muito nítido que a situação está ficando pior em São Paulo. O aumento recente no movimento do Emílio Ribas mostra isso”, diz Jaques à BBC News Brasil.
Até dia 12 de novembro, foram confirmados 1.156.652 casos de covid-19 e 40,2 mil mortes em São Paulo. A Secretaria de Saúde do Estado não divulga os casos suspeitos, somente os confirmados, sob o argumento de que segue norma estabelecida pelo Ministério da Saúde.
Apesar dos relatos de profissionais de saúde sobre o aumento no atendimento a pacientes com a covid-19, o governo de São Paulo nega que a situação da covid-19 esteja piorando no Estado.
No momento, o Brasil tem mais de 5,8 milhões de infectados e mais de 165,8 mortes causadas pelo covid-19. A segunda onda do coronavírus já atingiu a Europa e o temor é que chegue no Brasil que ainda luta para sair da primeira onda do covid-19.
Fontes: G1 e BBC News Brasil