Covid-19 interrompe serviços essenciais de saúde em 90% dos países
O maior impacto nos serviços de saúde, relatado por quase metade dos países, é na prestação de cuidados primários diários para prevenir e tratar problemas de saúde comuns
Por: Mariana Lima
Após um ano de pandemia, nove em cada dez países ainda enfrentam interrupções no setor da saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No último ano, em média, cerca de metade dos serviços essenciais de saúde foram interrompidos.
Mais da metade dos países membros da OMS afirmaram ter recrutado mais pessoal, reencaminhado pacientes a outras instalações e utilizado métodos alternativos, como serviços domiciliares, receitas médicas para vários meses e telemedicina.
A análise da OMS indica que 66% dos países vêm enfrentando este cenário devido a problemas relacionados à força de trabalho. As cadeias de suprimentos também continuam afetadas em quase um terço das nações.
A comunicação também tem que melhorar. Mais da metade dos países sofreram interrupções porque os pacientes ficaram desconfiados de procurar atendimento e tiveram medo de contaminação.
Outro problema destacado por 43% dos Estados-membros é a questão financeira. Como resultado, milhões de pessoas ainda estão sem acesso aos serviços de saúde essenciais.
O maior impacto, relatado por quase metade dos países, é na prestação de cuidados primários diários para prevenir e tratar problemas de saúde comuns.
Entre serviços mais impactados estão os de tratamento paliativo, reabilitação e tratamentos para pessoas com doenças crônicas ou deficiência.
Já as intervenções de emergência, cuidados críticos e cirúrgicos ainda estão sendo interrompidos em cerca de 20% dos países. Dois terços dos Estados-membros adiaram cirurgias não urgentes, alongando a lista de espera.
Também há atrasos no tratamento de transtornos mentais, neurológicos e de uso de substâncias, doenças tropicais negligenciadas, tuberculose, HIV, hepatites B e C, exames de câncer e serviços para outras doenças crônicas, incluindo hipertensão e diabetes, planejamento familiar e contracepção, atendimento odontológico de urgência e desnutrição.
Fonte: ONU News Brasil