Demarcação de terras indígenas reduziu desmatamento na Amazônia
Pesquisadores apontam que, entre 1982 e 2016, as terras indígenas da Amazônia registraram, em média, uma redução de 66% no desmatamento
Por: Júlia Pereira
Um estudo publicado agora em agosto, na revista ‘Proceedings of the National Academy of Sciences’, mostra que houve menos desmatamento em terras indígenas que em áreas não demarcadas da floresta Amazônica.
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) analisaram imagens feitas por satélites durante mais de 30 anos. Segundo o artigo ‘Collective property rights reduce deforestation in the Brazilian Amazon’, áreas não demarcadas foram as que mais sofreram com o desmate.
No período entre 1982 e 2016, os pesquisadores registraram uma “diminuição significativa” nas taxas de floresta derrubada nas terras indígenas. Áreas demarcadas tiveram uma redução de 66%, em média, no desmatamento.
Os cientistas defendem que a demarcação de terras pode ser uma estratégia viável para o combate ao desmatamento ilegal. Eles afirmam também que a preservação da floresta pelos povos originários pode ter “um impacto positivo” na mitigação das mudanças climáticas.
O desmatamento, no entanto, tem crescido. Outro levantamento, desta vez realizado pelo Instituto Socioambiental (ISA), mostra que a destruição da floresta em terras indígenas na Amazônia aumentou vertiginosamente em 2019, atingindo 115 terras.
Os dados são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Foram destruídos 42.679 hectares em 2019, 80% a mais em comparação com o ano anterior. Nas terras com registros dos povos isolados, o desmatamento mais que dobrou em relação a 2018.
Fonte: G1