Desigualdade de gênero no trabalho só acabará daqui a 257 anos
Estimativa é do Fórum Econômico Mundial, que aponta aumento da desigualdade de gênero no local de trabalho no último ano
Por: Mariana Lima
O Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) divulgou seu relatório anual sobre a igualdade no mundo, apresentando melhorias nos índices de todas as áreas, com exceção da trabalhista.
De acordo com o relatório, o aumento da desigualdade de gênero no local de trabalho tornou o alcance da paridade entre os gêneros ainda mais distante, cerca de 257 anos de distância.
O estudo contempla a realidade de 153 países, abordando a paridade entre homens e mulheres em áreas como a saúde, educação, trabalho e política.
O novo documento revela que, no ritmo atual, levará 99,5 anos para que se alcance uma média global em relação à paridade. Apesar do valor alto, o cenário é mais positivo do que em 2018, quando a média global era de 108 anos.
Países nórdicos dominam o topo do ranking entre os países mais igualitários do mundo, com Islândia, Noruega, Finlândia e Suécia. As outras 6 posições entre os 10 primeiros colocados são ocupadas pela Nicarágua, Nova Zelândia, Irlanda, Espanha, Ruanda e Alemanha.
No relatório, é apontado que o avanço pode ser resultado do aumento significativo no número de mulheres na política. Áreas como saúde e educação estão próximas da paridade global, com 96,1% e 95,7%, respectivamente.
Em relação ao mercado de trabalho, a desigualdade saltou de 202 anos em 2018 para 257 este ano. A diferença é menor se comparada ao que era há 15 anos, mas o dado continua a ser um alerta junto com a adição de uma diferença salarial global de 40%.
Vale ressaltar que as regiões do globo apresentaram diferenças entre si. A Europa Ocidental, por exemplo, é a mais avançada em relação à paridade pelo 14º ano consecutivo. Ao todo, a região já conseguiu compensar 77% das diferenças entre homens e mulheres. Apesar disso, ainda serão necessários 54 anos para que alcance a plena igualdade.
Na América Latina e no Caribe, serão necessários 59 anos para atingir a paridade. A África Subsaariana precisará de 95 anos. Na América do Norte, as diferenças de gênero melhoraram no Canadá, no entanto, pioraram nos Estados Unidos, que caiu duas posições, fazendo com que a região leve 151 anos para alcançar a paridade.
Fonte: Folha de S. Paulo