Desmatamento na Amazônia sobe 123% em novembro de 2022
Área com alerta de desmatamento na Amazônia atingiu 555 km² no último mês, o segundo pior resultado na série histórica iniciada em 2015
Por Julia Bonin
A área amazônica com alerta de desmatamento no mês de novembro atingiu 555 km², registrando um aumento de 123% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do sistema Deter-B, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados em 09/12. Este é o segundo pior resultado desde 2015, perdendo apenas para novembro de 2019, quando a área desmatada em novembro foi de 563 km².
Os alertas de agosto a novembro acumulou 4.573 km², número recorde na série histórica iniciada em 2015. A taxa de desmatamento da Amazônia é medida sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte, o que significa que o aumento registrado até agora será herdado pelo próximo governo, que toma posse em janeiro de 2023.
A taxa oficial de desmatamento deste ano, divulgada pelo Prodes, outro sistema do Inpe, apresentou queda de 11% em relação ao ano passado, mas os últimos quatro anos seguem tendo o maior aumento na devastação desde o início das medições por satélite, iniciadas na década de 1980. Nesse período, o desmatamento da Amazônia subiu 60%, ao mesmo tempo que as multas aplicadas pelo Ibama na região caíram 38%.
“O que vemos na Amazônia é resultado de um plano de destruição implementado pelo atual governo, que deixará uma herança nefasta para o Brasil, e deve ser responsabilizado legalmente por toda a destruição que causou”, afirma Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Os números registrados prejudicam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 13 e 15, que dizem respeito à ação contra a mudança global do clima e à vida terrestre, respectivamente. O tema foi tratado no programa Brasil ODS “Meio ambiente e mudança global do clima”, transmitido na rádio Brasil Atual. Os ODS são um conjunto de metas estabelecidas pela Agenda 2030 da ONU e buscam um mundo mais igualitário e sustentável.