Diferença salarial entre brancos e negros chega a 31%, diz pesquisa
Dado se refere a brancos e negros com ensino superior. Pesquisa do Instituto Locomotiva também aborda a percepção dos brasileiros sobre o tema
Por: Mariana Lima
De acordo com o Instituto Locomotiva, brancos e negros que cursaram o ensino superior apresentam uma diferença salarial de 31%.
A diferença é resultado de uma desigualdade latente, já que o Instituto isolou todas as demais variáveis que poderiam ser apontadas como justificativa, além da cor dos dois grupos.
A pesquisa ouviu 1.170 pessoas em 43 cidades e apontou que a percepção dos brasileiros está afinada com esta realidade.
De acordo com o material, de cada dez que responderam a pesquisa, ao menos cinco (55%) entre as pessoas não negras disseram que pessoas brancas têm mais oportunidades de estudo. Esse índice sobe para 58% entre pessoas negras.
E 67% dos negros afirmaram que brancos têm mais chances no mercado de trabalho. Entre os não negros, 63% disseram reconhecer ter mais oportunidades em comparação a outros grupos.
A pesquisa ainda informa que o racismo gera um impacto de R$ 770 bilhões na economia do país. Ao todo, o consumo da população negra movimenta R$ 1,8 trilhão ao ano.
Em média, homens não negros com ensino superior chegam a receber 7 mil reais no mercado de trabalho, enquanto homens negros alcançam apenas 4.834.
Sem essa segmentação, a diferença salarial entre os dois grupos fica em 45%, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada em 2019.
As poucas oportunidades encontradas por negros no mercado de trabalho acabam por levar muitos deles ao empreendedorismo por necessidade. De acordo com os cálculos do Locomotiva, com base na PNAD, 52% dos empreendedores do país são negros.
Em um quadro mais geral, enquanto 25% dos brasileiros querem abrir o próprio negócio, entre os negros esse índice sobe para 33%.
Fonte: Folha de S. Paulo