2,5 milhões de pessoas são vítimas de tráfico humano por ano
Dados da ONU estimam que cerca de 2,5 milhões de pessoas sejam vítimas do tráfico humano por ano, sendo que 80% são mulheres destinadas à exploração sexual
O tráfico de pessoas é um dos crimes mais lucrativos do mundo. De acordo com a Organização das Nações Unidas, cerca de 2,5 milhões de pessoas são “vendidas” a cada ano e destas, 80% são mulheres e vítimas do tráfico sexual.
Estimativas do Instituto Europeu para o Controle e Prevenção do Crime apontam que cerca de 500 mil pessoas são traficadas de países mais pobres para este continente por ano. Quanto ao tráfico de pessoas para fins sexuais, estima-se que 98% das vítimas em todo o mundo sejam mulheres.
Para a Associação para a Prevenção e Reinserção da Mulher Prostituída (APRAMP), a situação das brasileiras inseridas neste mercado de exploração merece atenção. A instituição alerta que o Brasil é hoje o país com maior número de mulheres traficadas para fins sexuais da América do Sul. Dados da Pesquisa Nacional sobre o Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes (PESTRAF) contabilizam 110 rotas nacionais e 131 rotas internacionais, sendo 32 dessas para a Espanha.
Para quem realiza este tipo de exploração, a atividade tem baixos riscos e altos lucros. As mulheres traficadas entram em seu país de destino com visto de turista e a ação da exploração sexual muitas vezes é camuflada nos registros por atividades legais como o agenciamento de modelos, babás, garçonetes ou dançarinas.
As mulheres vítimas deste crime não têm ciência de que a migração se destina à exploração sexual. Muitas vezes, elas permanecem em cárcere privado, sob permanente vigilância, além de sofrerem preconceito e discriminação por parte dos clientes e dos donos dos estabelecimentos.
Sabe-se que essas mulheres trabalham de 10 a 13 horas diárias no mercado do sexo, não podendo recusar clientes e sendo submetidas ao uso abusivo de drogas e álcool para permanecerem despertas. Elas acabam não se reconhecendo como traficadas, não se dão conta da grave exploração que sofrem, apenas admitem que foram enganadas.
O tráfico para fins de exploração sexual traz irreversíveis consequências às mulheres, já que elas ficam expostas a todo tipo de doença sexualmente transmissível, inclusive ao vírus do HIV, sofrem ataques físicos por parte dos clientes, são atacadas sexualmente pelos aliciadores, têm que lidar com constantes ameaças ou intimidações por todo o período que permanecem em regime de escravidão sexual, além de destinarem todo o dinheiro que arrecadam para pagar a dívida contraída com os cafetões.
O mais alarmante é que se detectou que vem aumentando a quantidade de brasileiras que entram nos países de línguas neolatinas da Europa para fins de exploração sexual. Dessas tantas, muitas estão sofrendo uma nova forma de exploração: a revenda. As mulheres permanecem um pequeno período, menos de 28 dias, em um estabelecimento de prostituição. Em seguida, são “revendidas” a outros estabelecimentos com a finalidade de levar novas possibilidades de escolha aos clientes.
Para a estudiosa do assunto Iana Matei, o aumento desse comércio de troca é consequência da relação de traficantes de entorpecentes com a exploração sexual, levando a este ramo a administração em rede e a renovação de mercadoria para lucrar mais.
Crianças também são vítimas do tráfico humano. Na maioria das vezes, também para escravidão sexual e redes de pedofilia. Remoção de órgãos e adoção ilegal também estão na lista para o destino destas crianças.
Segundo um relatório da Anistia Internacional, o tráfico de pessoas é uma das formas ilegais mais lucrativas no mercado mundial. Dados da Organização Internacional do Trabalho estimam que o tráfico humano movimente cerca de 32 bilhões de dólares por ano.
Fonte: Wikipédia