Edital seleciona artistas indígenas para receberem aporte financeiro
Foram selecionados artistas com obras que geram impacto social, econômico e ambiental positivo. Entre escolhidos está cantor indígena que produz rap sobre questões sociais e que se apresentou na Copa do Mundo de 2014
Por: Mariana Lima
Desde 2014, ano em que o Brasil foi sede da Copa do Mundo, Kunumi MC é reconhecido mundialmente por sua produção musical, principalmente pela faixa ‘Demarcação já’, apresentada no evento.
A repercussão ajudou a ter mais clareza sobre o caminho que ele queria seguir. Hoje, aos 19 anos, já tem dois discos lançados, o EP de estreia ‘My Blood is Red’ (2017) e o álbum ‘Todo Dia É Dia de Índio’ (2018).
Além da carreira na música, o cantor tem dois livros publicados. Uma das obras, ‘Contos dos Curumins Guaranis’, foi publicada em parceria com o irmão, enquanto a segunda, ‘Kunumi Guarani’, ele escreveu sozinho.
O cantor de Rap Nativo pertencente à etnia Guarani é um dos contemplados pelo programa Natura Musical 2021, que patrocina iniciativas artísticas com narrativas contemporâneas e que geram impacto social, econômico e ambiental positivo. O artista, que vive na aldeia Krukutu, em São Paulo, lançará no próximo ano o disco ‘Nhemongarai’.
O edital também contempla Dessa Ferreira, artista afro-indígena brasiliense que fará o lançamento de clipes e lives em torno do EP ‘Pulso’.
Outras iniciativas contempladas foram a Mostra Pankararu de Música, iniciativa do povo Pankararu, que inclui capacitação profissional, shows e imersão artística na Aldeia Bem Querer de Cima, em Pernambuco, e o projeto TORÜ WIYAEGÜ, que propõe registrar a música tradicional do povo Tikuna, do Amazonas, em livro e CD.
No total, a Natura Musical oferecerá R$ 5,5 milhões em patrocínio para 43 projetos selecionados entre os 3.365 inscritos de todo o país.
Para a seleção de 2021, o edital se preocupou em selecionar, além dos projetos de povos originários, nove projetos da comunidade LGBTQIA+, 18 projetos em que mulheres são protagonistas e outros 17 que valorizam a cultura negra.
Fonte: ECOA – UOL