Ele teve uma morte misteriosa enquanto lutava pela educação no Brasil
Anísio Teixeira nasceu em Caetité, na Bahia, em 12 de julho de 1900, e foi um jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro.
Personagem central na história da educação no Brasil, nas décadas de 1920 e 1930 difundiu os pressupostos do movimento da Escola Nova, que tinha como princípio a ênfase no desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento, em preferência à memorização, além de defender um ensino público, gratuito, laico e obrigatório. Foi um dos mais destacados signatários do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova.
Em 1935, criou a Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, perseguido pelo governo de Getúlio Vargas, Anísio Teixeira mudou-se para sua cidade natal, na Bahia, onde viveu até 1945.
Em 1946, vivendo na Europa, Teixeira assumiu o cargo de conselheiro geral da UNESCO. No ano seguinte, de volta ao Brasil, assumiu a Secretaria de Educação da Bahia. Em Salvador, criou a Escola Parque, que se tornou um centro pioneiro de educação integral.
Ao lado de Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira foi um dos fundadores da Universidade de Brasília, da qual tornou-se reitor em 1963.
No ano seguinte, com o golpe militar, afastou-se do cargo e foi para os Estados Unidos, lecionando nas Universidades de Colúmbia e da Califórnia. De volta ao Brasil em 1966, tornou-se consultor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Anísio Teixeira morreu em março de 1971, no Rio de Janeiro, em circunstâncias consideradas suspeitas. O educador desapareceu no dia 11 de março e seu corpo foi encontrado no dia 13 de março.
O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal sem a realização de uma perícia técnica no local e um relatório da Comissão da Verdade da UnB, que se chama Comissão Anísio Teixeira de Memória e Verdade, aponta este e outros detalhes suspeitos. Um deles é o fato de que diversos documentos da época da ditadura mostram que os órgãos de repressão monitoravam as atividades do educador e o viam como “um intelectual comunista e má influência para alunos e professores”.
Além disso, relatos apontam que o legista que fez a necrópsia de Teixeira descreveu “duas grandes lesões traumáticas no crânio e na região supra clavicular, que seriam incompatíveis com a queda” e que poderiam ter sido causadas por “um eventual instrumento cilíndrico, provalvelmente de madeira”.
A suspeita é de que ele tenha sido vítima das forças de repressão do governo do General Emílio Garrastazu Médici.
Anísio Teixeira sempre lutou por uma educação de qualidade e gratuita para todos: “Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância”.
O educador chegou a estampar a cédula de mil Cruzeiros Reais, entre 1993 e 1994, quando o Brasil adotou o Real como moeda. E o dia 12 de julho é, em sua memória, feriado municipal na cidade de Caetité.
Darci Lazara Costa
27/04/2019 @ 10:00
Encontrei, no texto uma incoerrência entre o 7º e 0 12º, favor corrigir ou deixar mais claro.
Rosana
27/04/2019 @ 11:27
Perpetua-se a ideia de educação de qualidade somente para quem pode pagar.
Manter a população trabalhadora escravizada, ignorantes, dos saberes, da sua Historia, das lutas pela liberdade e conhecimento.
Olinda Zeneide Ferreira Polla
29/04/2019 @ 17:51
Maria Nilde Mascelani, foi presa e torturada pela didatura, os Colégios Vocacionais fechados, os professores perderam seus cargos, alguns perseguidos. Seu crime? Ter sido uma pedagoga idealista, mentora das Classes Experimentais na década de 60 no interior de São Paulo, que prosseguiu tentando mudar a educação com os Colégios Vocacionais .
Ensinar a pensar é muito perigoso.
Fui uma das alunas das Classes Experimentais.
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