Em 5 meses, Brasil já registra metade das mortes por dengue de 2022
Somente nos primeiros cinco meses de 2023 foram confirmadas 503 mortes por dengue no Brasil. É quase a metade de todas as mortes pela doença registradas em 2022.
Somente nos primeiros cinco meses de 2023 foram confirmadas 503 mortes por dengue no Brasil. É quase a metade de todas as mortes pela doença registradas em 2022. No ano passado, ao menos 1.016 óbitos por dengue foram contabilizados, o que é considerado um recorde desde 1980.
Os dados parciais de 2023 foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (22) e vão até o dia 19 de maio, referentes à semana epidemiológica (SE) 19.
A incidência de dengue no Brasil é de 560 casos por 100 mil habitantes. Foram confirmados pelo governo federal 1.196.459 casos prováveis de dengue somente este ano. No mesmo período de 2022, 855.910 casos prováveis de dengue foram registrados – uma incidência de 401,2 casos por 100 mil habitantes.
Do total de casos, 12.677 são considerados casos graves (dengue hemorrágica) e com sinais de alarme. Outro agravante é que 85% dos municípios brasileiros (4.745) já registraram casos de dengue em 2023.
Segundo o boletim do Ministério da Saúde, o número de casos prováveis de dengue no Brasil em 2023 ultrapassou o limite máximo esperado, considerando a série histórica.
No perfil dos óbitos, a maioria (51,3%) era do sexo feminino e tinha mais de 69 anos (47,9%). Há ainda 372 mortes em investigação pelo Ministério da Saúde.
A partir da próxima semana epidemiológica, as estimativas históricas apontam para uma tendência de diminuição na incidência de dengue. Mesmo assim, a doença deve registrar novos recordes ao longo de 2023. No final do ano passado, especialistas já alertavam para uma nova epidemia da dengue que iria atingir os primeiros meses de 2023.
No Ceará, estado com o maior número de casos de chikungunya (77.418 casos) registrados no país, o número de mortes pela doença nos últimos dez anos foi superior ao da dengue, que é transmitida pelos mesmos mosquitos das espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus. Foi 1,3 óbito por mil casos diagnosticados (a taxa de mortalidade da dengue é de 1,1 por mil). A conclusão é do maior e mais abrangente estudo epidemiológico sobre o tema, que acaba de ser publicado na revista The Lancet Microbe.
O estudo, que contou com apoio da FAPESP por meio de três projetos (16/00194-8, 18/14389-0 e 19/24251-9), revelou que, entre março de 2013 e junho de 2022, o país enfrentou sete ondas epidêmicas, com 253.545 casos confirmados por laboratório em 3.316 (59,5%) municípios.
Fonte: g1