Estudantes desenvolvem programa que converte Libras em texto
Um grupo de estudantes do ABC Paulista desenvolveu um Software de Reconhecimento de Sinais, que converte a Língua Brasileira de Sinais (Libras) em texto
Por: Mariana Lima
Um grupo de estudantes desenvolveu um Software de Reconhecimento de Sinais, que converte a Língua Brasileira de Sinais (Libras) em texto. O programa utiliza sistemas de machine learning (ou aprendizado de máquina) e uma biblioteca de código aberto desenvolvida pelo Google chamada MediaPipe.
O projeto foi apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no curso de Desenvolvimento de Sistemas da Escola Técnica Estadual (Etec) Lauro Gomes, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
Desenvolvido pelo estudantes Luciano dos Anjos Oliveira, Vinícius Luciano Navarrete da Silva e Fabrício Holanda de Almeida, o programa se destacou na Etec e fora dela ao ficar em primeiro lugar na 1ª Feira Científica STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática) do Grande ABC e em nono na votação popular da 19ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace.
A proposta do projeto surgiu a partir de Luciano, que precisou lidar com suas próprias dificuldades para se comunicar, pois nasceu com lábio leporino, o que acabou afetando sua fala.
Sabendo da dificuldade que pessoas com deficiências, sejam elas cognitivas ou comunicativas, enfrentam na sociedade, Luciano pensou em algo que pudesse auxiliá-las através da Língua Brasileira de Sinais.
O grupo de Luciano precisou processar mais de 20 mil vídeos, entre alguns que foram gravados pelos próprios estudantes e outros do Youtube, para fazer o programa cumprir o comando principal.
Os movimentos presentes nos vídeos foram convertidos para coordenadas, que então foram usadas por eles para construir um modelo de rede neural. É assim que o software é capaz de identificar movimentos por meio de pontos de referência e gerar uma palavra a partir deles.
Atualmente, o programa já conta com uma biblioteca de 100 sinais reconhecíveis. O projeto começou em 2019, mas apenas em 2020 foi possível iniciar a parte de programação, devido à complexidade do trabalho.
Hoje, o grupo está trabalhando para ampliar a base de dados e aprimorar a programação dos sinais, além de incluir a tradução automática de Libras para texto e áudio em português e em outros idiomas.
Eles também pretendem criar um aplicativo para que a solução esteja disponível para ser usada pelo público no dia a dia.
Neste vídeo, o grupo explica o funcionamento do programa:
Fonte: ECOA UOL