Estudo da Habitat Brasil com a Gerando Falcões avalia relação entre habitação e saúde
Parceria entre a Habitat Brasil e a Gerando Falcões proporcionou melhorias em 75 moradias de comunidade em Ferraz de Vasconcelos. Do projeto nasceu um estudo para compreender a percepção de mudança vivenciada pelos atendidos em relação ao conforto, a sensação de segurança e à saúde
Por Iara de Andrade
Este ano, a Habitat para a Humanidade Brasil, organização que atua na promoção e garantia do direito à moradia, e a Gerando Falcões, que trabalha na transformação das favelas em ambientes dignos, digitais e desenvolvidos, proporcionaram melhorias para 75 habitações na Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos.
O projeto, que aconteceu a partir do programa Favela 3D, da Gerando Falcões, deu origem a um estudo, realizado a partir do depoimento de 25 famílias beneficiadas, para compreender a percepção de mudança vivenciada pelos atendidos em relação ao conforto, a sensação de segurança, dentre outros fatores avaliados.
A partir da análise, que deu destaque para os impactos positivos na saúde das famílias beneficiadas com as intervenções estruturais, 93% dos entrevistados declararam que as reformas habitacionais representaram um impacto positivo entre as famílias com um ou mais membros com problemas respiratórios, resultando na diminuição dos sintomas ocasionados pelas doenças.
Todos afirmaram que as melhorias contribuíram para uma mudança positiva na autoestima dos moradores e acreditam que as intervenções realizadas contribuem para a prevenção de alguns tipos de doenças.
Sobre a segurança, 84% dos representantes declararam que a casa ficou mais segura após as mudanças. De forma unânime, as reformas também contribuíram para a melhora na privacidade na residência.
Este ano, a correlação entre as duas temáticas também foi tema de um levantamento realizado pela National Institute of Health, que mostrou que a pobreza, combinada com outros tipos de adversidades na infância, como viver em moradias inadequadas, está associada a uma chance maior de morte prematura: para as crianças pobres vivendo nessas condições, o risco aumentava em 41% em comparação com as crianças que moravam em ambientes estáveis.
Um outro levantamento divulgado pela Campanha Despejo Zero, no primeiro semestre deste ano, indicou que há mais de 90 mil crianças vivendo em comunidades ameaçadas de despejo, e quase 22 mil foram removidas de suas casas durante a pandemia da COVID-19.