Feminicídio cresce 34% no 1º semestre de 2023 no estado de SP
O número de casos de feminicídio aumentaram 34% no primeiro semestre de 2023 no estado de São Paulo, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Secretaria de Segurança do Estado (SSP). Entre janeiro e junho deste ano, foram registrados 111 casos de assassinatos de mulheres em todo o estado. Em 2022, foram 83.
O número de casos de feminicídio aumentaram 34% no primeiro semestre de 2023 no estado de São Paulo, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Secretaria de Segurança do Estado (SSP).
Entre janeiro e junho deste ano, foram registrados 111 casos de assassinatos de mulheres em todo o estado. Em 2022, foram 83.
Os dados também mostram que foram registrados 28.117 casos de lesão corporal dolosa contra mulheres, 14% a mais do que o mesmo período em 2022.
Os casos de ameaças contra mulheres também cresceram: 48.728 registros, contra 29.313 em 2022, ou seja, uma alta foi de 66%.
Já os registros de medidas protetivas cresceram 17 % no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado.
“Os números são muito significativos, eles estão clara e abertamente dizendo para todas as instituições: vocês não fizeram a lição de casa. O que nós estamos oferecendo para a mulher vítima ainda é nada diante do cenário. Nós não estamos oferecendo o que é eficaz”, disse Artenira Silva, pesquisadora de Direitos Humanos.
Artenira aponta lacunas durante o processo pelo qual uma mulher vítima de agressão passa. “A principal medida protetiva não deveria ser o afastamento do agressor da vítima. A falta de percepção, de qualificação, para avaliar o caso daquela vítima faz com que, na maioria das vezes, se defira uma medida protetiva que está no rol da lei e não que você imagine que medida serviria melhor para aquela mulher naquele caso”, afirmou.
Dados da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que os feminicídios cresceram 6,1% em 2022, resultando em 1.437 mulheres mortas simplesmente por serem mulheres. Os homicídios dolosos de mulheres também cresceram (1,2% em relação ao ano anterior), o que impossibilita falar apenas em melhora da notificação como causa explicativa para o aumento da violência letal.
No início de agosto, foi regulamentado o protocolo “Não se Cale” e lançada a campanha “São Paulo por Todas” para reforçar as estratégias de proteção das mulheres em estabelecimentos privados e públicos, como bares, restaurantes e hotéis, entre outros.
O objetivo é padronizar as formas de acolhimento às mulheres diante de qualquer pedido de socorro ou suspeita de caso de assédio, violência ou importunação sexual e suporte do poder público.
A SP Mulher fechou ainda acordo com a Universidade Virtual do Estado de São Paulo para capacitar os profissionais que trabalham no setor. O governo do estado prorrogou para a próxima segunda-feira (28) o prazo de inscrição para um curso de combate à violência contra a mulher.
São 30 horas de aulas e tudo é feito pela internet. As inscrições são feitas pelo site, clique aqui para ter acesso.
A capacitação é obrigatória e gratuita para funcionários de bares, restaurantes, hotéis e qualquer estabelecimento do setor de lazer do estado.
A Organização das Nações Unidas (ONU) desenvolveu uma série de objetivos ambiciosos no ano de 2015 por meio de um “Pacto Global”, que envolve os seus 193 países membros.O Brasil está entre os países que se comprometeram a alcançar os objetivos. Ao todo, o projeto da ONU contempla 17 ODS, ou seja, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O cenário apresentado indica problemas que colocam em risco o cumprimento dos ODS e a Agenda 2030, especialmente o ODS 5 que é alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas no Brasil.
Fonte: g1