Fogo consome área correspondente a mil campos de futebol no Pantanal
Incêndio florestal que dura cinco dias já consumiu mais de mil hectares da Serra do Amolar, principal santuário de biodiversidade em fauna e flora do Pantanal.
Incêndio florestal que dura cinco dias já consumiu mais de 1 mil hectares da Serra do Amolar, principal santuário de biodiversidade em fauna e flora do Pantanal. Vídeos de câmeras de monitoramento mostram o fogo se alastrando e uma densa fumaça, que encobre a região.
A área queimada pelo fogo é maior do que a metragem de mil campos de futebol juntos. Os primeiros focos na região foram registrados na última sexta-feira (26/01). Desde então, brigadistas tentam chegar ao local que é de difícil acesso.
Nos primeiros dias, os brigadistas não conseguiam acessar ao local do início do incêndio. Já na última segunda-feira (29/01), o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Organização Não Governamental (ONG) que atua na proteção do bioma, aumentou o efetivo para 14 pessoas.
Nesta terça (30), mais bombeiros tentaram acessar a região das chamas de barco. Atualmente, a força de combate é composta por 22 brigadistas do Corpo de Bombeiros e das ONGs SOS Pantanal e IHP.
Conforme denúncia do IHP, o fogo começou após um pequeno produtor colocar fogo em uma área de mata, que seria destinada à pastagem de gado. O fazendeiro perdeu controle das chamas, que se espalharam rápido, em decorrência da forte concentração de elementos combustíveis no solo pantaneiro.
O início do fogo foi em uma área de camalotes, espécie de planta aquática típica do Pantanal. Após as chamas saírem do controle, o incêndio consumiu uma grande extensão de morraria.
Ao atingir a área de morraria, o fogo saiu do controle. Quando o fogo chega neste estágio, a única esperança para o controle das chamas é a chuva, como explica o representante do IHP. Durante a manhã dessa terça choveu 102 milímetros na região e a água voltou a cair durante a tarde, o que pôde ter aliviado o incêndio, mas não extinguido.
Outra preocupação dos especialistas é de que o vento contribui para o avanço das chamas, que coloca em ameaça a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal, onde há uma extensa área de reflorestamento.
No ano passado, as chamas consumiram uma extensão significativa do Pantanal, fazendo com que o bioma tivesse o pior mês de novembro da história.
O que os especialistas explicam é que o fogo foi resultado do baixo volume de chuva, calor intenso e a vegetação ressecada na região. Em 2023, mais de 1 milhão de hectares foram consumidos pelas chamas no Pantanal.
Fonte: g1