Fogo no Pantanal: falta de alimentos pode levar animais à extinção
Com as queimadas, os animais ficam sem alimentos e, por isso, precisam procurar em lugares perigosos onde podem ser mortos por humanos ou seus predadores. Eles também podem acabar morrendo de fome
Um relatório do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) mostra um cenário devastador causado pelas queimadas no Pantanal, principalmente para os animais.
De acordo com o documento, assinado pela doutora em Ecologia e Conservação Letícia Larcher e pelo médico veterinário Diego Viana, os animais do bioma podem sofrer com a exposição de predadores, alteração de fauna, flora e alimentos, além de terem mudanças nos padrões de comportamento, migrações e na estrutura alimentar no ecossistema. Algumas espécies ainda podem ter o risco de extinção ampliado.
De acordo com a doutora em Ecologia e Conservação, espécies de plantas podem deixar de existir por um período de tempo, já que cada ser vivo reage diferente após o fogo.
“Por exemplo, uma espécie de planta pode demorar mais para responder quando a chuva chegar do que outras. Um animal que está associado a essa planta, vai precisar de ainda mais tempo para conseguir se adaptar ao local queimado”, explica Larcher.
Alterações nos alimentos, padrões de comportamento e migrações dos animais também devem ocorrer, conforme a coordenadora técnica do Instituto Homem Pantaneiro. “Quando o fogo destrói uma área grande, o conteúdo nutricional dos alimentos para a fauna fica prejudicado.
Com as queimadas, os animais ficam sem alimentos e, por isso, precisam procurar em lugares perigosos onde podem ser mortos por humanos ou seus predadores. Eles também podem acabar morrendo de fome.
Alguns animais que já estavam em risco de extinção, também devem ter o perigo ampliado devido ao fogo, conforme o documento encaminhado à Polícia Federal.
“O tamanduá-bandeira é um exemplo que está em extinção e é muito lento, com densa pelagem, muito suscetível ao fogo. Ele ainda se alimenta de formigas, que ficam no solo. Se o solo pega fogo, do que ele vai se alimentar e como ele vai sobreviver, sem a habilidade de locomoção?”, lamenta a especialista.
Fonte: G1
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