Governo recomendava uso precoce de cloroquina para gestantes e crianças
Em junho do ano passado, o Ministério da Saúde divulgou um protocolo para uso de cloroquina e hidroxicloroquina em crianças e gestantes
O aplicativo do Ministério da Saúde ‘TrateCov’, que recomendava o “tratamento precoce” a pacientes com sintomas que podem ou não ser da Covid-19 saiu do ar nesta quinta-feira (21/01).
O “tratamento” indicado incluía medicamentos que, segundo demonstraram diferentes estudos, não funcionam contra a doença, como a cloroquina, a hidroxicloroquina e a azitromicina.
Em junho do ano passado, o Ministério da Saúde divulgou um protocolo para uso dessas drogas em crianças e gestantes. Na mesma época, os Estados Unidos proibiam a hidroxicloroquina em todo o país.
“A orientação para o uso precoce das medicações nas gestantes se justifica pela consideração de que elas compõem um grupo de risco já reconhecido pelo Ministério da Saúde, e considerando que as modificações fisiológicas da gestação colocam as gestantes com maior potencial de desenvolvimento de doença grave”, justificou na época a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde da pasta, Mayra Pinheiro.
Segundo a secretária, a mesma recomendação valia para crianças. A prescrição da cloroquina/hidroxicloroquina, associada ao antibiótico azitromicina, deve ser feita pelo médico mediante manifestação declarada do paciente. No caso das crianças ou incapacitados, isso cabe aos pais ou tutores.
“O uso de tratamentos ou de medicamentos em Covid-19 leve, seja preventivo ou na fase inicial, não encontrou até hoje nenhuma evidência científica que justifique a sua aplicação” avalia o infectologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
O médico infectologista Fernando Martins Selva Chagas, diretor do Complexo Hospitalar Clementino Fraga, referência para tratamento da Covid-19 em João Pessoa, relatou casos em que os pacientes expressaram surpresa por terem tido a forma grave da doença mesmo após adotarem algum tipo de “tratamento precoce” contra o novo coronavírus, fazendo uso de medicamentos sem comprovação científica, como cloroquina, azitromicina e hidroxicloroquina, no início da doença.
O médico apontou para a falta de evidências que comprovem a eficácia do tratamento precoce para tratar casos de infecção pela Covid-19 e alertou sobre a probabilidade dos medicamentos, usados na prevenção e na fase inicial de contágio, provocarem outras doenças.
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24/01/2021 @ 13:08
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