Grupos de apoio para prevenção do suicídio se espalham pelo Brasil
Organizados pelo CVV, Grupos de Apoio aos Sobreviventes do Suicídio recebem familiares e pessoas que atentaram contra a própria vida
Apesar de poder ocorrer com qualquer pessoa, a ideia de tirar a própria vida é mais comum em pessoas que já tentaram suicídio ou em familiares de vítimas de suicídio. “Essas pessoas precisam de atenção especial, principalmente nos meses seguintes à morte ou à tentativa de suicídio”, comenta Ana Rosa Ramos Nunes, voluntária do Centro de Valorização a Vida (CVV), entidade que atua na prevenção do suicídio há 54 anos em todo o país. Não há comprovações de tendência genética, mas sim a influência do sentimento de culpa e de um processo de luto cercado por tabus, revolta e discriminação.
Para complementar seu atendimento individual por telefone, e-mail, chat, Skype e pessoalmente, o CVV passou a coordenar grupos de apoio com reuniões presenciais. É o chamado CVV GASS – Grupo de Apoio aos Sobreviventes do Suicídio, realizado em modelo similar a outros grupos de apoio, como para alcoolismo, dependência química e luto. A essência do trabalho é que todos os participantes têm histórias afetadas pelo suicídio e, na troca de experiências e apoio mútuo entre esses ‘iguais’ buscam superar as dificuldades de ter um recomeço ou superar o drama vivido.
Ana Rosa explica que oficialmente ‘sobrevivente’ é o familiar ou pessoa muito próxima de um suicida, mas que o CVV GASS está aberto também aos que tentaram cometer algum atentado a própria vida. “Não se exige nada de quem busca o Grupo, a não ser que se enquadre no perfil e esteja disposto a ser ajudado”, explica. “Ninguém vai ser cobrado por isso ou por aquilo, mas acolhido de maneira compreensiva e sem críticas ou julgamentos”.
Já existem 13 grupos em funcionamento, tanto em postos de atendimento do CVV quanto em outros locais, pois o conceito é que possa ser implementado por outras organizações, como casas religiosas, universidades, secretarias de saúde, hospitais e ONGs. Nesses casos, a exigência é exclusivamente o cumprimento do modelo, como a existência de uma periodicidade nos encontros, a gratuidade e a supervisão de um psiquiatra ou psicólogo.
O CVV GASS já opera nem algumas cidades dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Brasília. Ainda neste ano Belém, Recife e Roraima devem ter novos Grupos.
Marília
20/04/2019 @ 00:12
Preciso demais de ajuda. Estou muito sozinha e o sofrimento me dilacera. Perdi o meu grande amor da piora maneira possivel…e sem nenhum sinal. Não teria nemhum motivo para ele tirar a própria vida. Um médico super competente, um amor de 33 anos e eu fiquei….no inferno! Todos se afastaram, os amigos, parentes e…principslmente a familia mais perto. Já tentei ir para junto dele…em vão. Será wue alguém pode me ajudar??? É a pior hora da minha vida! Por favor…preciso que alguém me intenda!
Redação
22/04/2019 @ 13:42
Oi, Marília. Sentimos muito pela sua perda. Acreditamos que grupos de apoio como os citados na matéria possam te ajudar. Ou vale ligar diretamente para o CVV, já que há sempre voluntários treinados e dispostos a ouvir e ajudar. O número é 188. Se você conseguir também fazer terapia com um profissional, será muito, muito bom para você.
Fizemos há algum tempo um programa de rádio sobre suicídio e luto, e acreditamos que a experiência da entrevistada também possa te ajudar: https://observatorio3setor.org.br/media-center/radio-usp/suicidio-e-luto-no-brasil/.
Um forte abraço e torcemos para que fique tudo bem.