Guerra da Ucrânia quase dobrar o número de armas importadas para Europa
As importações de armas na Europa praticamente dobraram em 2022 devido ao fornecimento em massa para a Ucrânia, que se tornou o terceiro destino mundial de armamento
As importações de armas na Europa praticamente dobraram em 2022, devido ao fornecimento em massa para a Ucrânia, que se tornou o terceiro destino mundial de armamento. Os dados são de um relatório do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri) e foi divulgado nesta segunda-feira (13/03).
Com alta de 93% em um ano, as importações cresceram também por causa do aumento dos gastos militares em vários países europeus, como Polônia e Noruega. Conforme o estudo, essa tendência deve se acelerar.
“A invasão realmente provocou um aumento significativo na demanda de armas na Europa, que ainda não mostrou todo o seu potencial e levará, provavelmente, a novas altas nas importações”, disse à AFP Pieter Wezeman, coautor do relatório anual elaborado há mais de três décadas.
As importações europeias de armas, além das da Ucrânia, cresceram 35% em 2022, ainda conforme dados do Sipri.
Até então um pequeno importador, a Ucrânia se tornou o terceiro maior destino mundial de armas no ano passado, atrás de Catar e Índia, como resultado da ajuda ocidental para combater a invasão russa.
A ex-república soviética concentra 31% das importações de armas da Europa, e 8% das do mundo, segundo dados transmitidos pelo Sipri à AFP. As importações de Kiev, incluindo doações ocidentais, multiplicaram-se por mais de 60 em 2022, acrescenta o instituto.
A União Europeia está finalizando um plano para entregar milhões de projéteis para a Ucrânia e também trabalha para aumentar a produção no continente.
Nos últimos cinco anos (2018-2022), período determinado pelo Sipri para estabelecer as tendências, as importações europeias aumentaram 47% na comparação com os cinco anos anteriores. Já em nível mundial, os números caíram 5%.
Diferentemente da Europa, os demais continentes e regiões registraram uma queda em suas importações em cinco anos, com uma redução significativa na África (-40%), na América do Norte e do Sul (-20%), até na Ásia (-7%) e no Oriente Médio (-9%), mercados mundiais líderes.