Guia aborda papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento à exclusão escolar
A publicação da UNICEF, Undime e Itaú Social pretende apoiar a atuação das organizações no reconhecimento de possíveis vulnerabilidades sociais; o principal objetivo é promove e fortalecer ações de redução da evasão e do abandono escolar
Por Redação
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Itaú Social desenvolveram o guia “Papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento da exclusão escolar”, como forma de engajar diversos atores da comunidade e poder público a atuarem na superação dos índices de abandono e evasão escolar.
Um estudo realizado pelo Ipec para o UNICEF em 2022, por exemplo, revelou que 2 milhões de meninas e meninos, de 11 a 19 anos, que ainda não haviam terminado a educação básica, deixaram a escola no Brasil.
O Guia foi desenvolvido para apoiar as organizações no reconhecimento de possíveis vulnerabilidades sociais em seus territórios junto a outros atores sociais, para que promovam ou fortaleçam ações de redução da evasão e do abandono escolar. Além disso, a publicação pretende contribuir para que o poder público reconheça as organizações como atores fundamentais na defesa e proteção de direitos e de mobilização nos seus territórios.
Dividido em dois capítulos, o documento aborda as possibilidades de tornar essas ações mais visíveis e aplicáveis em diversos contextos.
“A exclusão escolar é um desafio que ultrapassa os muros da escola, e envolve toda a sociedade. Enfrentar esse desafio passa, necessariamente, pelo envolvimento não apenas da Educação, mas também de diversas áreas da gestão pública – como saúde e assistência social – e da sociedade civil. Por isso a importância deste guia, que apresenta de forma bastante didática os caminhos para que organizações sociais se engajem e contribuam para a garantia do direito à Educação de cada criança e adolescente, sem exceção”, afirma Júlia Ribeiro, Oficial de Educação do UNICEF no Brasil.
O primeiro capítulo apresenta o contexto da garantia do direito à educação, um breve cenário da evasão e abandono no Brasil hoje, e reforça o papel histórico que as OSCs exercem na promoção do desenvolvimento integral e proteção de crianças e adolescentes no país, contribuindo para a permanência escolar, prevenção e redução da evasão e abandono.
“Durante a pandemia, ficou ainda mais evidente o importante papel das organizações da sociedade civil no desenvolvimento integral de crianças e adolescentes de todo o país, promovendo atividades pedagógicas e cuidados com esse público e demais moradores de seus territórios. Com o fim desse momento crítico da pandemia, é urgente que as redes municipais, estaduais e federal reconheçam essa importância e se mobilizem com a sociedade civil para traçarem estratégias de incentivo ao retorno dos estudantes à sala de aula”, explica a gerente de Desenvolvimento e Soluções do Itaú Social, Camila Feldberg.
O segundo capítulo traz estratégias de monitoramento, diálogo e atuação entre o poder público e as OSCS na identificação de crianças e adolescentes fora da escola ou em risco de abandono, além de orientações e relatos de experiências desenvolvidas em diferentes contextos municipais.
Confira AQUI o documento.
A ação das organizações contribuem para o alcance dos ODS 04 e 10, metas da Agenda 2030 da ONU que promovem, respectivamente, a educação de qualidade e redução das desigualdades.