Histórias inspiradoras de mulheres que superaram o câncer de mama
No Outubro Rosa, conheça histórias de mulheres que venceram o câncer de mama no Brasil e o trabalho da FEMAMA, organização social que atua em prol da conscientização e acesso ao tratamento da doença no país
Por Ana Clara Godoi
Um estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou mais de 66 mil novos casos de câncer no Brasil somente neste ano. Embora represente o segundo tipo de câncer que mais afeta mulheres no país, quando diagnosticado precocemente e tratado ainda em fase inicial, o câncer de mama tem 95% de probabilidade de cura.
Um exemplo de cura é o caso da Anadilma. No início da pandemia de Covid-19, Anadilma foi diagnosticada com um agressivo câncer de mama. Ela fazia exames periódicos e nenhum havia detectado o tumor, até mesmo a mamografia não acusou o diagnóstico. A doença só foi confirmada por meio do exame de punção aspirativa, um tipo de biópsia para diagnóstico do câncer de mama. “Fiquei sem chão. Minha mastologista me indicou uma clínica e uma oncologista maravilhosa que me tranquilizaram. Aí eu vi que no fundo do poço havia uma mola”.
Após receber o diagnóstico, Anadilma iniciou o tratamento através da quimioterapia. Depois realizou a quadrantectomia, um procedimento cirúrgico que retira somente a parte da mama afetada pela doença. Também fez a cirurgia de reconstrução da mama e, hoje, está no final do tratamento, curada do câncer de mama.
Outro caso inspirador é o da Irani. Irani Evangelista foi diagnosticada com 37 anos, em 2015. “No início do diagnóstico foi muito difícil, dei uma pausa na minha vida. Mas uma luz vinda de coisas pequenas e simples que eu já não fazia se acendeu”. Irani passou por quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Além dos procedimentos, fez o uso do tamoxifeno, remédio usado no tratamento do câncer de mama receptor de hormônio positivo, por 5 anos. Irani está em remissão há mais de 5 anos e pode concluir sua graduação.
A pandemia de Covid-19 impactou todo o sistema de saúde, afetando também as pacientes em tratamento do câncer de mama. Uma delas é Gilvanete Silva Soares. Diagnosticada durante o período de crise sanitária após sentir alguns sintomas, Gilvanete teve dificuldade para realizar os exames devido às restrições, chegando até ao ponto de desistir do diagnóstico. Depois de passar por cirurgias, Gilvanete conseguiu se curar do câncer de mama e hoje atua em um projeto social em prol da conscientização sobre o diagnostico precoce e tratamento da doença.
Terceiro setor no combate ao câncer de mama
A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) é uma organização sem fins lucrativos que busca ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento do câncer de mama. Por meio de 75 ONGs associadas, a organização atende mulheres de todo o país.
“Auxiliamos pacientes durante a jornada de enfrentamento da doença e integramos movimentos nacionais de reivindicação por mais acesso e qualidade dos serviços de saúde para pacientes oncológicos. Temos ainda o desafio de compartilhar informação, conhecimento, incentivar as pessoas a buscarem o serviço de saúde preventivamente e, sobretudo, articular e influenciar a criação de políticas públicas de atenção e cuidado da saúde da mama”, explica Gabriel Morás, coordenador institucional da FEMAMA.
A FEMAMA também é responsável por organizar o movimento do Outubro Rosa no Brasil e contribuiu para a implementação das Leis 13.896/2019 e 12.732/12, que garantem, respectivamente, a realização de exames diagnósticos de câncer em 30 dias e o início do tratamento em 60 dias.
“Nosso propósito na FEMAMA é reduzir o número de mortes, vítimas de uma doença que tem cura! Trabalhamos com o compromisso de informar, sensibilizar, motivar e engajar a todos sobre uma doença que infelizmente, todos os anos, acomete milhares de pessoas em todo o mundo. A conexão com o propósito é necessária, pois são inúmeros os desafios diários, mas quando ela existe, não há satisfação maior do que a de contribuir para salvar vidas!”.