Indígenas criam rede de apoio e combate à Covid-19 na região Norte
Iniciativa é liderada pelo Coletivo Mura e realiza ações em defesa dos povos indígenas na pandemia nos estados de Rondônia e Amazonas
Por: Mariana Lima
A Maloca Querida, um espaço cultural de resistência indígena na cidade de Porto Velho (RO) em 2000, coordenada por Tanã Mura, tornou-se base da rede de apoio aos indígenas e enfrentamento à Covid-19 em Rondônia e no Amazonas.
Desde meados de 2020, a rede de apoio vem atendendo os Mura e outras etnias indígenas que vivem em aldeias. comunidades ribeirinhas, reserva extrativista e cidades nos dois estados da região Norte. A iniciativa vem sendo liderada pelo Coletivo Mura e pelo Instituto Madeira Vivo.
Contando com recursos recebidos de doações voluntárias e projetos, as organizações responsáveis pela iniciativa têm executado ações como compra e entrega de cestas básicas, distribuições de equipamentos de proteção individual (EPIs), compra de testes rápidos para Covid-19 e compra de material para produção de artes indígenas.
Ao iniciar as ações em abril de 2020, a iniciativa se dedicou a duas frentes: a primeira focada no suporte de materiais na barreiras sanitárias em Autazes, feitas pelos Mura para evitar o alastramento da Covi-19 nas aldeias; e a segunda com foco na compra de EPIs destinados ao polo de saúde Pantaleão na cidade de Autazes.
Nos primeiros meses de pandemia, a rede atuou, principalmente, em Itaparanã, uma terra indígena não-demarcada onde vivem famílias em extrema vulnerabilidade no Amazonas.
Buscando diminuir os efeitos do confinamento, construíram ao longo da campanha um poço artesiano e instalaram, em fevereiro de 2021, uma miniusina de energia solar e moradias populares. A iniciativa ainda conseguiu arrecadar mais de mil cestas básicas com alimentos, produtos de higiene e itens de proteção contra a Covid-19.
Ao todo, mais de 600 famílias, entre Mura e Warao, foram atendidas em áreas indígenas de Autazes, Borba, Humaitá e Manaus, no Amazonas. Em Rondônia, a rede de apoio chegou às comunidades Candeias do Jamarí, Nazaré, Calama, e às cidades de Guajará Mirim e Porto Velho.
Outra ação encabeçada pela rede é o apoio a artesãos para a produção de artefatos culturais indígenas para a geração de renda aos artistas do povo Mura e Warao.
Fonte: ECOA | UOL