Iniciativa quer produzir alimento e renda na Favela da Rocinha
Parceria entre a Favela da Rocinha e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro pretende produzir alimentos e mel por meio de 50 hortas urbanas implantadas nas lajes da comunidade
Por Iara de Andrade
Uma união entre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Favela da Rocinha vai desenvolver um trabalho de plantio e produção de alimentos orgânicos na comunidade. O objetivo é cultivar plantas medicinais e produzir alimentos e mel como forma de possibilitar uma geração de renda para os moradores de forma sustentável.
O início do projeto marca a colaboração de 50 moradores que vão plantar vegetais, em suas próprias lajes, a partir de cogumelos nativos da Mata Atlântica; além de criarem abelhas sem ferrão, que vão produzir o mel e polinizar as espécies nativas.
O professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFRRJ, José Lucena Barbosa Júnior, é ex-morador da comunidade e coordenador da iniciativa que pretende reflorestar e recuperar a borda da Floresta da Tijuca por meio de Sistema Agroflorestal (SAF).
“Em conversas com amigos de infância, a gente se perguntou se não haveria a possibilidade de contribuir com a comunidade a partir da minha atuação como coordenador de um programa que tem tudo a ver com grandes desafios da Rocinha: conter a pressão do crescimento da favela sobre a Floresta da Tijuca e a insegurança alimentar de uma parcela de sua população”, conta ele.
A partir disso, José entrou em contato com lideranças comunitárias e apresentou a ideia para um morador que pratica um trabalho de conscientização ambiental com crianças na comunidade. Segundo o docente, será possível reflorestar uma área de um hectare (o equivalente a dez mil metros quadrados) com espécies ameaçadas de extinção no local.
A participação dos moradores se dará por meio de uma associação voltada à geração de negócios na favela. Estima-se que a venda do mel produzido poderá gerar, a cada morador participante, uma renda mensal de até R$ 1.500.
O projeto conta com a ajuda de doações para algumas despesas não contabilizadas: gastos como alimentação e deslocamento dos moradores, além de aluguéis de partes da comunidade estão entre os custos extras.
As contribuições podem ser feitas através do Pix: 021.507.347-96 (CPF).
Fonte: UOL ECOA