Itens radioativos desaparecem de 3 países diferentes e intriga cientistas
Três materiais radioativos desapareceram nos últimos três meses, dos EUA, da Tailândia e na Austrália, intrigando cientistas. Em 15 anos trabalhando no gerenciamento de radiação, Lauren Steen, gerente geral da Radiation Services WA disse que nunca tinha ouvido falar de uma fonte radioativa “desaparecida” até este ano
O que uma cápsula na Austrália, um cilindro na Tailândia e uma câmera nos Estados Unidos têm em comum? Todos os três continham material radioativo e desapareceram nos últimos três meses. Um isótopo radioativo, também conhecido como radioisótopo, é uma forma instável de um elemento químico que se decompõe ao longo do tempo na forma de radiação.
Esses produtos químicos podem ser encontrados naturalmente, mas muitos são criados artificialmente.
A radiação que esses elementos emitem vem na forma de raios alfa, beta e gama que, dependendo de sua concentração, podem ser perigosos. Suas propriedades únicas também os tornam úteis para uma série de aplicações, desde matar células cancerígenas até fazer medições incrivelmente precisas. Sua utilização depende muito do tipo de isótopo radioativo dentro de um dispositivo e se ele está contido na blindagem ou aberto aos elementos.
O risco de exposição à radiação da câmera que desapareceu no Texas é “muito baixo”, especialmente porque o material radioativo é encapsulado por várias camadas de proteção, disseram autoridades. Porém, a cápsula na Austrália e o cilindro na Tailândia continham Césio-137, uma substância altamente radioativa que é potencialmente letal.
Especialistas alertam que o Césio-137 pode criar sérios problemas de saúde para as pessoas que entram em contato com ele: queimaduras na pele por exposição próxima, doenças causadas pela radiação e riscos potencialmente fatais de câncer, especialmente para aqueles expostos inconscientemente por longos períodos de tempo.
O Césio-137 tem uma meia-vida de cerca de 30 anos, o que significa que pode representar um risco para a população nas próximas décadas, se não for encontrado.
“Para ser honesto, estou chocado! Em todos os meus anos praticando segurança contra radiação, nunca havia me deparado com essas situações antes”, disse Lauren Steen, gerente geral da Radiation Services WA, uma consultoria que escreve sobre planos de gerenciamento de radiação na Austrália.
Em 15 anos trabalhando no gerenciamento de radiação, Steen disse que nunca tinha ouvido falar de uma fonte radioativa “desaparecida”.
O assessor de imprensa da Comissão Reguladora Nuclear dos EUA, McIntyre, disse que os incidentes recentes devem ser vistos como exceção, não a regra, quando se trata de material radioativo, e não devem ofuscar seus usos valiosos.
“Embora dispositivos com fontes radioativas desapareçam de vez em quando, eu alertaria contra a conclusão de que há muito material radioativo não seguro por aí”, disse McIntyre.
Fonte: CNN Brasil