Lançamento do Projeto Sou Amigo da Fauna reúne ONGs contra o tráfico de animais
As ONGs Libio, AMPARA Silvestre, Onçafari e SOS Pantanal, lançaram no dia 29/06, no Complexo JK, em São Paulo, o Projeto Sou Amigo da Fauna, que também conta com o apoio da Azul Linhas Aéreas e da Socicam. A iniciativa reúne organizações sociais com o objetivo de reduzir drasticamente tráfico de animais no Brasil.
As organizações não governamentais Libio, AMPARA Silvestre, Onçafari e SOS Pantanal, lançaram no dia 29/06, no Complexo JK, em São Paulo, o Projeto Sou Amigo da Fauna, que conta também com o apoio da Azul Linhas Aéreas e da Socicam, empresa do segmento de infraestrutura de mobilidade – objetiva a conscientização e a capacitação de funcionários de instituições, de empresas e da sociedade civil por meio de campanhas de prevenção e repressão ao tráfico.
O Projeto Sou Amigo da Fauna objetiva a redução drástica do número de animais traficados no Brasil. As ações serão impulsionadas com o apoio de campanhas publicitárias e com a adesão de empresas e instituições ao Selo Amigo da Fauna, contribuindo para a difusão de informações sobre os impactos do tráfico de animais para a sociedade.
Todos os anos no Brasil, mais de 38 milhões de animais de diversas espécies são retirados da natureza de forma cruel e criminosa. De cada dez animais traficados, nove morrem. Terceira maior atividade ilegal do mundo, esse mercado clandestino fica atrás somente do tráfico de armas e drogas, movimentando cerca de 23 bilhões de dólares por ano. Deste total, o Brasil concentra de 5% a 15%.
“A importância desse projeto é a gente conscientizar a população ao tráfico de animais, que é uma atividade ilícita gigantesca dentro do nosso país e um crime que não é muito comentado, não é passado para a população”, explica Raquel Machado, fundadora e presidente do Instituto Libio.
“A ideia é começar plantar essa sementinha e não ficar só em aeroportos, passar para rodoviárias, locadoras de carros, agentes da polícia rodoviária federal e estadual e todos os atores que estão diretamente ligados não só à malha aeroportuária, mas à malha viária e portuária. Não tem limites esse projeto, qualquer lugar que o tráfico esteja incidindo, a ideia é que a gente consiga chegar com esse projeto”, diz Gustavo Figueiroa, diretor de comunicação da ONG SOS Pantanal.
Levantamento do Observatório do Tráfico da ONG Freeland Brasil, baseado no acompanhamento de notícias sobre o crime tráfico, mostrou que no ano de 2021, mais de 25 toneladas de carne de caça e mais de 130 toneladas de pescado foram obtidos de forma ilegal. Ao menos 59 mil animais foram recuperados em operações de combate contra o crime e em torno de 1.700 outros animais mortos foram apreendidos.
“Hoje a situação é de muito trabalho, a gente tem muitas coisas para trabalhar nestas questões de exploração com a fauna de maneira geral e com a caça cada vez mais latente. O tráfico continua indiscriminado, sem uma ação muito efetiva. Estamos tentando de todas as formas trazer essa consciência, melhorar a legislação, novas estratégias de fiscalização, todas as linhas para o combate a esses crimes”, finaliza Maurício Forlani, gerente de Pesquisas da ONG AMPARA Silvestre.
A ação estratégica para a captação de novos parceiros do Projeto Sou Amigo da Fauna, já conta com a adesão de 13 aeroportos espalhados em regiões mais remotas dos grandes centros urbanos do Brasil, áreas que naturalmente constituem as rotas dos crimes de tráfico de animais silvestres cometidos no país.
São eles: Aeroporto Piloto Oswaldo Marques Dias, de Alta Floresta (MT); Aeroporto Maestro Marinho Franco, de Rondonópolis (MT); Aeroporto Presidente João Batista Figueiredo, de Sinop (MT); Aeroporto Internacional Marechal Rondon, de Cuiabá (MT); Aeroporto de Vitória da Conquista (BA); Aeroporto Jorge Amado, de Ilhéus (BA); Aeroporto de Una-Comandatuba (BA); Aeroporto de Caldas Novas (GO); Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco, de Goianá (MG); Aeroporto de Araçatuba (SP); Aeroporto de Presidente Prudente (SP); Aeroporto de São José do Rio Preto (SP); e Aeroporto Serafin Enoss Bertaso, de Chapecó (SC).
Durante o evento foi exibido um vídeo para a conscientização no combate ao tráfico de animais no Brasil, com a campanha #silvestrenaoepet. Assista, clicando aqui.
Sobre as ONGs que participam do evento
Fundado em 2009, o SOS Pantanal é uma instituição de advocacy, sem fins lucrativos, que promove a conservação e o desenvolvimento sustentável do Pantanal por meio da gestão do conhecimento e a disseminação de informações do bioma para governantes, formadores de opinião, empreendedores, fazendeiros e pequenos proprietários de terras da região, assim como para a população em geral. Ao longo das últimas duas décadas, o SOS Pantanal tem diretamente impactado o ecoturismo, ao promover iniciativas de preservação e desenvolvimento sustentável.
Criada em 2016 dedicada a salvar, proteger e dar voz à fauna brasileira, incentiva a conexão e o respeito dos brasileiros com sua fauna. Acredita que os animais pertencem e devem ficar na Natureza. É engajada na causa contra a exploração de animais ou que tenham seu bem-estar afetado. Reabilita animais e os devolve para as suas casas: a natureza; também luta para melhorar a vida daqueles que não podem regressar para o seu lar.
Criada em 2011 pelo ex-piloto de Fórmula 1, Mario Haberfeld, a Associação Onçafari promove a conservação do meio ambiente e contribui com o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que está inserida por meio do ecoturismo e de estudos científicos. A instituição trabalha pela preservação da biodiversidade em quatro biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas, onças-pardas, lobos-guarás e antas, e atua em seis diferentes frentes: ecoturismo, ciência, educação, reintrodução, social e florestas.
Desde 2020, o Instituto Libio acolhe e cuida de animais silvestres vítimas do tráfico e maus tratos, e administra reservas privadas no Mato Grosso do Sul, São Paulo e Pará, visando à conservação da fauna brasileira e de seus habitats. Fundada pela dermatologista Raquel Machado, que desde 2010 mantém trabalho autônomo na área, a entidade administra um mantenedor de animais silvestres autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) em Porto Feliz/SP, duas RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural) no Mato Grosso do Sul, as Reservas Saci e Santuário, além de outras áreas protegidas no Sul da Amazônia, no estado do Pará.