Licença da barragem foi aprovada mesmo com risco e comunidade contra
Pouco mais de um mês depois da licença, barragem da Mina de Córrego do Feijão se rompeu, em Brumadinho
No dia 11 de dezembro do ano passado, representantes do governo estadual de Minas Gerais e empresas se reuniram para discutir a licença para a continuidade da operação da Mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). E a licença foi aprovada, mesmo com o risco de uma nova tragédia semelhante à de Mariana. A tragédia não demorou muito mais que um mês para acontecer: foi no dia 25 de janeiro.
Segundo reportagem da Folha, entre os presentes na reunião, apenas a ambientalista Maria Teresa Corujo foi contra.
Em entrevista ao UOL, Maria Teresa Corujo disse que não consegue mais dormir pensando nas vítimas. “Foi uma sensação de muita violência e dor. Aquilo era uma insanidade. Nós tentamos de tudo para que aquela autorização não saísse.”, lamenta.
Nem a manifestação da comunidade local contra a licença pesou na votação, que foi esmagadora para a aprovação da licença da barragem: 8 votos a favor e 1 contra.
Superintendente da Suppri, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Rodrigo Ribas, chegou a ser questionado durante a reunião sobre uma nova tragédia igual à de Mariana.
“…Nós vamos discutir aqui com base no acidente de Mariana. São casos completamente diversos. Nós tivemos muita tranquilidade naquele parecer que elaboramos e estamos muito seguros em relação a esse”, disse o técnico, que votou a favor da licença.
A tragédia do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) até o momento (29/01) tem 65 mortos, dos quais 31 foram identificados. A Defesa Civil informou que há 279 pessoas desaparecidas e 386 foram localizadas, entre funcionários da Vale e moradores da região. Há ainda 135 desabrigados.