Lista suja do trabalho escravo no Brasil tem 289 nomes de empregadores
A Lista Suja do Trabalho Escravo divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tem 289 empregadores que submeteram pessoas a condições análogas à de escravidão
A Lista Suja do Trabalho Escravo divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tem 289 empregadores que submeteram pessoas a condições análogas à de escravidão. A lista foi atualizada nesta quarta-feira (05/04).
Anualmente, a lista é atualizada nos meses de abril e outubro. Desta vez, foram acrescentados 132 novos nomes ao documento, maior atualização registrada desde 2017, quando a lista voltou a ser publicada.
Iniciada em 2004, com publicação semestral, a divulgação sofreu impasses nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
A divulgação chegou a ser suspensa de 2014 a 2016, até que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a constitucionalidade da lista.
Antes desta quarta, a relação tinha 174 nomes. A nova atualização inclui decisões das quais não cabem mais recurso de casos de trabalho escravo identificados pela Inspeção do Trabalho entre os anos de 2018 e 2022.
“Estar na lista suja significa que o empregador submeteu trabalhadores à condição análoga ao de escravo e o governo brasileiro reconheceu isso por meio da inspeção do trabalho”, explica o chefe da Divisão de Fiscalização para a Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae) Maurício Krepsky.
“Esses empregadores tiveram a oportunidade de se defender no âmbito do processo administrativo e não tiveram êxito”, completou Krepsky.
Os empregadores permanecem listados por dois anos e, depois desse período, saem da lista, conforme regras da Portaria Interministerial Nº 4, de 11 de maio de 2016. Na atualização desta quarta, 17 nomes foram excluídos.
Durante esse período, a Inspeção do Trabalho realiza monitoramento com os empregadores e nos locais em que foram identificados casos de trabalho análogo à escravidão, a fim de verificar a regularidade das condições de trabalho. Se houver a reincidência na identificação de trabalhadores em situação de escravidão, o empregador permanecerá na lista suja por mais dois anos.
Do total de nomes na lista suja, a grande maioria é de pessoas, físicas ou jurídicas, em zonas rurais. Dos 289 registros, 162 foram feitos em fazendas, 23 em sítios e 5 em chácaras.
De 1° de janeiro a 22 de março deste ano, 837 pessoas foram resgatadas dessa situação em zonas rurais, representando 91% do total de vítimas.
Já em todo o ano de 2022, os casos de trabalho escravo no campo foram cerca de 73% dos registros, segundo levantamento do MTE.
As atividades em que mais foram encontradas vítimas foram o cultivo de cana-de-açúcar, atividades de apoio à agricultura, produção de carvão vegetal, cultivo de alho e cultivo de café, somando 1.186 trabalhadores resgatados.
Confira a lista clique aqui.
Fonte: g1